Leia um trecho do poema “A Flor e a Náusea”:
A Flor e a Náusea Carlos Drummond de Andrade
Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjoo? Posso, sem armas, revoltar-me? Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. (...)
Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. A Rosa do Povo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p.13-14.
A partir desses trechos do poema. Leia atentamente as informações contidas nas colunas “A” e “B” para, em seguida, assinalar a alternativa que reúne as correspondências CORRETAS entre as informações nelas contidas.
Coluna A:
I. Trecho do poema em que o sujeito atravessa a materialidade de um mundo carente de significado.
II. O poema adquire outra coloração e o desprezo pela rua cinzenta transforma-se em encanto.
III. O sujeito naufraga sob uma apatia tóxica constituída pela classe, pelo trabalho, pelo consumo e pela odiosa perspectiva dessa permanência.
IV. Há uma delicadeza no mundo oculta sob a superfície de significados unidimensionais, que é, porém, forte e incoerente.
Coluna B:
1. "Preso à minha classe e a algumas roupas, / vou de branco pela rua cinzenta. / Melancolias, mercadorias espreitam-me. / Devo seguir até o enjoo?".
2. “O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse”.
3. "É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio"
4. "Uma flor nasceu na rua! / Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. / Uma flor ainda desbotada / ilude a polícia, rompe o asfalto".
A sequência correta é:
a.
I-2; II-3; III-4; IV-1.
b.
I-1; II- 4; III-2; IV-3.
c.
I-1; II-3; III- 2; IV-4.
d.
I-4; II-3; III-2; IV-1.
e.
I-2; II-1; III-3; IV-4.
Soluções para a tarefa
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Com relação ao poema "A Flor e a Náusea", de Carlos Drummond de Andrade, a relação correta entre as informações contidas na coluna A e os trechos presentes na coluna B é a apresentada pela alternativa B:
- I-1
- II- 4
- III-2
- IV-3
Carlos Drummond de Andrade
Cronista e poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade é um nome muito importante para o período do Modernismo Brasileiro. Parte da Segunda Geração Modernista, o poeta foi o vanguardista da conhecida poesia de 30.
As características presentes em suas obras são:
- Presença de uma temática contemporânea e sociopolítica;
- Presença da linguagem informal;
- Construção de uma libertação em relação à linguística;
- Aprofundamento em questões espirituais e conflitos internos;
- Uso do realismo.
Suas principais obras são:
- Alguma poesia (1930)
- A Rosa do povo (1945)
- Contos de Aprendiz (1951)
- Ciclo (1957)
- Antologia Poética (1962)
- As Impurezas do Branco (1973)
- Amor, Amores (1975)
- A Visita (1977)
- Contos Plausíveis (1981)
- Amar se aprende amando (1985)
Conheça mais sobre Carlos Drummond de Andrade aqui:
https://brainly.com.br/tarefa/35997979
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Anexos:
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