Leia um trecho do conto Uma estrangeira em nossa rua, de Milton Hatoum.
No caminho do aeroporto para casa, eu observava os lugares da cidade agora irreconhecível. Quase toda a floresta em torno da área urbana havia degenerado em aglomerações de barracos ou edifícios horrorosos. Em casa, tia Mira me recebeu com entusiasmo e contou uma ou outra novidade que, para mim, já não faziam sentido. Deixei a mala no quarto e quase sem querer perguntei pelos Doherty.
Nunca mais voltaram, disse tia Mira. O pai ainda passou uns meses aqui, vendeu o bangalô e foi embora. O comprador derrubou o muro, a casa, a acácia. Tudo.
Para onde foram? E quem pode saber? Aquela família vivia em outro mundo. Eu tinha acabado de chegar à cidade, e notara com tristeza a ausência da casa azul na nossa rua. Era um bangalô bonito, cercado por um muro de pedras vermelhas que uma trepadeira cobria; no pátio dos fundos uma acácia solitária floria nos meses de chuva e sombreava o quarto das duas irmãs.
Agora um monte de escombros enchia o terreno na rua em declive. Na varanda de casa, ao olhar as ruínas do bangalô, me lembrei de Lyris, mais alta e também menos arredia que a irmã. O cabelo quase ruivo, o rosto anguloso e os olhos verdes e um pouco puxados embaralhavam traços do pai e da mãe. Só me dei conta dessa beleza estranha e misturada no fim da infância, quando senti alguma coisa terrível e ansiosa parecida com a paixão.[...]
HATOUM, Milton. A cidade ilhada: contos /Milton Hatoum. Companhia da Letras, 2009.
1. Sabemos que todo texto apresenta partes principais e secundárias. A descrição no início do conto é importante para a narrativa por *
1 ponto
a) fazer parte da memória do narrador que quase não se lembra do bairro e da cidade onde viveu a infância.
b) ser parte das lembranças do narrador que inclui um amor vivido durante o tempo em que morou naquela cidade.
c) que o leitor gosta de partes descritivas antes de começar a ação propriamente dita da narrativa.
d) que o leitor precisará dessa informação quando o narrador se muda de cidade e não se lembra de mais nada.
As Amazônias
Esse tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia. Ela cobre mais da metade do território brasileiro. Quem viaja pela região, não cansa de admirar as belezas da maior floresta tropical do mundo. No início era assim: água e céu.
É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas, cortada pelo Amazonas, o maior rio do planeta. São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.
SALDANHA, P. As Amazônias. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.
2. No texto, o uso da expressão “água que não acaba mais” revela *
1 ponto
a) admiração pelo tamanho do rio.
b) ambição pela riqueza da região.
c) medo da violência das águas.
d) surpresa pela loja
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:
alternativa correta letra c
bons estudos
flavinhaduarte:
1 - B 2- A
Respondido por
0
Resposta:
1 - b) ser parte das lembranças do narrador que inclui um amor vivido durante o tempo em que morou naquela cidade.
2 - a) admiração pelo tamanho do rio.
Perguntas interessantes
Sociologia,
5 meses atrás
Matemática,
5 meses atrás
Matemática,
5 meses atrás
Artes,
6 meses atrás
ENEM,
6 meses atrás
Química,
10 meses atrás
Português,
10 meses atrás
Biologia,
10 meses atrás