Leia os textos para realizar a atividade proposta.
TEXTO I – A Memória Evanescente
Conta o mestre Capistrano, que teria encontrado um historiador de moral duvidosa a queimar
documentos para tornar a sua leitura daquelas fontes imprescindível e definitiva. O tom quase
anedótico da narrativa esconde uma questão importante: o documento é a base para o julgamento
histórico? Destruídos todos os documentos sobre um determinado período, o que poderia ser dito
por um historiador? Uma civilização da qual não tivéssemos nenhum vestígio arqueológico, nenhum
texto e nenhuma referência por meio de outros povos, seria como uma civilização inexistente para
o profissional de História?
Ora, se o documento é a pedra fundamental do pensamento histórico, isto nos remete a outra
questão: o que é um documento histórico? É notável como o historiador resiste em definir seus
conceitos de trabalho, mesmo os fundamentais.
Discutir o que consideramos um documento histórico é, na verdade, estabelecer qual a memória
que deve ser preservada pela História.
Fonte: KARNAL, Leandro e TARSCH, Flavia Galli. A memória evanescente
TEXTO II – A História do historiador
Passado e memória dão conteúdo, identidade e espessura a todos os humanos. Por mais
isolado que se encontre um grupo, uma comunidade ou mesmo um só indivíduo, todos possuem
um passado, uma memória e uma história. A história de si mesmos é também a história da
vinculação com determinado tempo e espaço. A história pessoal de cada um inevitavelmente terá
raízes numa história externa, mais ampla, relacionada com o social, o econômico, com a cultura,
nem sempre perceptível no plano da consciência individual (...).
Assim como o conteúdo da história não é o indivíduo isolado, tampouco o historiador expressará
uma subjetividade
ilimitada na sua captação do passado. Pelo simples fato de participar de um
passado realizado no presente, de pertencer ou se projetar num determinado grupo social, seu
trabalho expressará uma historicidade intrínseca na escolha de temas, na abordagem, na leitura da
documentação, no processo de reflexão convertido em texto. Nesta condenação do historiador ao
presente situa-se a eternidade de um passado que nunca se esgota. Caso contrário, a história da
Grécia, por exemplo, teria sido escrita por Heródoto e ponto final. No entanto, cada século
reelaborou a história grega dentro de suas perspectivas e possibilidades. O historiador busca no
passado a consciência de seu próprio tempo.
Qual a relação entre o título do texto I e as chamadas fontes e/ou documentos históricos? Porque o autor usa o termo “evanescente” para falar da memória? Explique. *
No texto A história do historiador, as autoras afirmam que: [...] pelo simples fato de participar de um passado realizado no presente, de pertencer ou se projetar num determinado grupo social, seu trabalho (historiador) expressará uma historicidade intrínseca na escolha de temas, na abordagem, na leitura da documentação, no processo de reflexão convertido em texto. Oque isso significa para a memória e identidade das sociedades humanas? Explique com suas palavras. *
Soluções para a tarefa
Respondido por
31
A manifestação da identidade ocorre pelo reflexo de um investimento grupal realizado no decorrer da história e se baseia no desenvolvimento de uma identidade. A memória em um contexto coletivo se pauta no desenvolvimento da criação e no desenvolvimento de uma identidade.
A historicidade está relacionada no contexto das constituições e das relações estabelecidas nos processos de pertencimento da sociedade e do coletivo.
Bons estudos!
cristalraro:
está certa?
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