Leia os textos abaixo e faça o que se pede:
Texto I
No século XVI, o Protestantismo e o mundanismo renascentista criaram um ambiente pouco hospitaleiro para os “mistérios” associados ao Catolicismo medieval. Ainda que continuassem a ser encenados até mesmo durante a infância de Shakespeare, as condições reinantes fi zeram com que se desprendessem gradualmente do teatro. [...] Outras formas dramáticas cujo desenvolvimento teve início já na Baixa Idade Média defenderam-se, porém, com maior tenacidade. Dentre essas formas, as moralidades, exercícios didáticos que inculcavam a abstenção do vício e a observância da virtude através de personagens alegóricas, gozaram de popularidade na Inglaterra entre o segundo quartel do século XV e o início do reinado de Elizabeth, na segunda metade do século XVI.
GASSNER, J. Mestres do teatro I. Tradução de Alberto Guzik e J. Guinsburg. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2010. p. 174.
Texto II
Entra Todo o Mundo, homem como rico mercador, e faz que anda buscando alg˜ua cousa que se lhe perdeu. E logo após
ele um homem vestido como pobre, este se chama Ninguém, e diz:
Ninguém:
Que andas tu i buscando?
Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar
delas nam posso achar
porém ando perfi ando
por quam bom é perfi ar.
Ninguém:
Como hás nome cavaleiro?
Todo o Mundo: Eu hei nome Todo Mundo
e meu tempo todo enteiro
sempre é buscar dinheiro
e sempre nisto me fundo.
Ninguém:
Berzabu:
Dinato:
Dinato:
E eu hei nome Ninguém
e busco a conciência.
Esta é boa experiência 810
escreve isto bem.
Que escreverei companheiro?
Berzabu Que Ninguém busca conciência
e Todo Mundo dinheiro.
Ninguém:
E agora que buscas lá?
Todo o Mundo: Busco honra muito grande.
Ninguém:
Berzabu:
E eu virtude que Deos mande
que tope co ela já.
Outra adição nos acude
escreve logo i a fundo
que busca honra Todo Mundo
e Ninguém busca virtude.
Ninguém:
Buscas outro mõr bem qu’esse?
Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse
tudo quanto eu fezesse.
Ninguém:
Berzabu:
Dinato:
Berzabu:
E eu quem me reprendesse
em cada cousa que errasse.
Escreve mais.
Que tens sabido?
Que quer em estremo grado
Todo o Mundo ser louvado
e Ninguém ser reprendido
Gil Vicente, Auto da Lusit‰nia .Disponível em: pagina/Publicacoes/Pecas/Textos_GV/lusitania.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2017.
O texto I trata da produção teatral europeia, particularmente da inglesa, no período em que Gil Vicente produzia suas farsas e seus autos em Portugal. Sabendo disso, disserte sobre as características presentes no texto II que confi rmem as informações do crítico no texto I, acerca da produção teatral na passagem da Idade Média para a era moderna, associando-as ao conceito adotado por Gil Vicente: “Pelo riso, corrigem-se os costumes”.
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A produção teatral de Gil Vicente é uma sátira aos costumes apresentados no texto l. O texto ll possui um cunho mais humorístico em relação aos costumes da época medieval, o que confirma a frase “Pelo riso, corrigem-se os costumes”.
O Teatro Vicentino é uma espécie de dramaturgia por meio dos textos teatrais durante o período do Humanismo.
No teatro vicentino estavam presentes as sátiras e as representações dos personagens.
Sendo uma sátira do teatro, a peça "O Auto da Barca do Inferno" apresenta características de um texto teatral, por exemplo.
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