Leia os fragmentos de texto abaixo: “(...) a ciência é apenas um degrau, uma escada, um instrumento, que conduz a Deus. O homem não conhecerá a Deus pelas categorias do raciocínio, mas na pura contemplação. A razão conduz até as portas da mística e, então, cala para ceder lugar à graça. Penetrar neste último estágio da contemplação e do êxtase é tarefa fora do alcance das forças humanas” (Zilles, Urbano. Fé e Razão no pensamento medieval. Porto Alegre: Edipucrs, 1993. pg. 100) “Devo primeiramente fazer alguns experimentos antes de prosseguir, pois é minha intenção mencionar a experiência primeiro, e então demonstrar pelo raciocínio por que tal experiência é obrigada a operar de tal maneira. E essa é a regra verdadeira que aqueles que especulam sobre os efeitos da natureza devem seguir.” (Capra, Fritjof. A Ciência de Leonardo da Vince: um mergulho profundo na mente do grande gênio da Renascença. SP: Cultrix, 2008. Pg.7) a) Qual dos dois textos representa o pensamento de um renascentista? Justifique sua resposta. ________________________________________
Soluções para a tarefa
Resposta:
A -
O texto 2 representa o pensamento renascentista, uma vez que aqui o modelo experimental é visto como o caminho que conduz à verdade e ao correto entendimento da natureza, em oposição ao modelo dogmático dos medievais, que consideravam que a razão era apenas um auxílio para a fé e a Verdade era diretamente revelada por Deus.
Um dos grandes exemplares desta forma de pensamento foi Galileu que, por meio da experimentação, concluiu que a Terra girava em torno do Sol, e não o contrário.
B -
O texto 1 é tipicamente medieval. Nele a razão é apontada como uma característica humana e, justamente por isto, essencialmente falha e insuficiente. Cabia a razão, no modelo cultural medieval, apenas confirmar as verdades da Fé e ajudar o homem a compreender, de seu modo próprio, os fenômenos da natureza e a estrutura do mundo. Quando Fé e Razão entrassem em conflito, cabia ao homem medieval abandonar a Razão e se refugiar na Fé.
São Tomás de Aquino é o grande representante desta forma de pensamento, tendo sido a base do pensamento universitário medieval.