Filosofia, perguntado por meduardavilasb6704, 10 meses atrás

Leia o trecho da entrevista com um médico epidemiologista. Folha - Não é contraditório um epidemiologista questionar o conceito de risco? Luis David Castiel - Tem também um lado opressivo que me incomoda. Uma dimensão moralista, que rotula as pessoas que se expõem ao risco como displicentes e que, portanto, merecem ser punidas[pela doença],se acontecer o evento ao qual estão se expondo. Estamos à mercê dessa prescrição constante que a gente tem que seguir. Na hora em que você traz para perto a ameaça, tem que fazer uma gestão cotidiana dela. Não há como, você teria que controlar todos os riscos possíveis e os impossíveis de se imaginar. É a riscofobia. Folha - Há um meio do caminho entre a fobia e o autocuidado? Luis David Castiel - A pessoa tem que puxar o freio de emergência quando achar necessário, decidir até que ponto vai conseguir acompanhar todos os ditames da saúde.(...)Na saúde, a vigilância constante, o excesso de exames criou uma nova categoria: a pessoa não está doente, mas não é saudável. Está sob risco. (Folha de S.Paulo,11.04.2011. Adaptado.) Assinale a alternativa que contempla adequadamente a opinião do médico, sob o ponto de vista filosófico. (A) Para o médico Luis Castiel, os imperativos da ciência, se adotados como norma absoluta na avaliação dos comportamentos individuais, podem causar sofrimento emocional. (B) Para o médico, os comportamentos individuais devem ser submetidos a padrões científicos de controle. (C) A riscofobia abordada na entrevista decorre da displicência dos indivíduos em atenderem aos ditames da saúde e da boa forma. (D) Na entrevista, o médico defende a autonomia individual como padrão absoluto para a avaliação de comportamentos de risco. (E) Para o médico, a gestão cotidiana dos riscos depende diretamente da vigilância constante no campo da saúde.

Soluções para a tarefa

Respondido por makmorales
4
Olá,

Alternativa correta: A) Para o médico Luis Castiel, os imperativos da ciência, se adotados como norma absoluta na avaliação dos comportamentos individuais, podem causar sofrimento emocional.

O médico acredita que o excesso de cuidados e à suposta exposição aos riscos, tendem a criar um regime opressor. Para entender a fala do médico e seu contexto, imagine uma criança que não pode brincar na areia porque corre o risco de se contaminar.

Ela também não poderá brincar com as outras crianças, pois nas mãos destas haverão germes. Não poderá ficar próxima a ninguém, pois poderá inalar vírus das outras pessoas.

Ou seja, se houver um controle excessivo do risco, a vida tende a ser oprimida e sofrível. E é exatamente disso que fala o Dr. - pois os riscos fazem parte da vida, e devem sim serem levados em consideração, mas sob uma ótica de cuidado racional, e não super-protetor.


Espero ter ajudado!
Respondido por Fernandobixo
6

Makmorales - Eu achei ótima a explicação.. Mas a pergunta coloca o seguinte, "Assinale a alternativa que contempla adequadamente a opinião do médico, sob o ponto de vista filosófico."

Na entrevista ele comenta sobre deixar a pessoa escolher o momento de puxar o freio.. e que o individuo deve ser o tutor de suas ações!

Nesse contexto penso que a resposta mais adequada seria a "D"

Pode comentar o motivo pelo qual essa questão está errada?

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