Leia o texto.
[Um conto africano]
Há muito tempo, o sol e a água eram grandes amigos e viviam juntos na Terra. Habitual-
mente o sol visitava a água, mas esta jamais lhe retribuía a gentileza. Por fim, o sol quis saber
qual o motivo do seu desinteresse e a água respondeu que a casa do sol não era grande o
bastante para que nela coubessem todos com quem vivia e, se aparecesse por lá, acabaria por
despejá-lo de sua própria casa.
— Caso você queira que eu realmente o visite, terá que construir uma casa bem maior do
que a que tem no momento, mas desde já fique avisado de que terá que ser algo realmente
muito grande, pois o meu povo é bem numeroso e ocupa bastante espaço.
O sol garantiu-lhe que poderia visitá-lo sem susto, pois trataria de tomar todas as pro-
vidências necessárias para tornar o encontro agradável para ela e para todos que o acompa-
nhassem. Chegando em casa, o sol contou à lua, sua esposa, tudo o que a água lhe pedira e
ambos se dedicaram com muito esforço à construção de uma casa enorme que comportasse
sua visita. Quando tudo estava pronto, convidaram a água para visitá--los.
Chegando, a água ainda foi amável e perguntou:
— Vocês têm certeza de que realmente podemos entrar?
— Claro, amiga água – respondeu o sol.
A água foi entrando, entrando e entrando, acompanhada de todos os peixes e mais uma
quantidade absurda e indescritivelmente grande, incalculável mesmo, de criaturas aquáticas.
Em pouco tempo a água já se encontrava nos joelhos.
— Vocês estão certos de que todos podem entrar? – insistiu preocupada.
— Por favor, amiga água – insistiu a lua. [...]
A água continuou entrando e jorrando em todas as direções e, quando deram pela coisa,
o sol e a lua viram-se forçados a subir para o alto do telhado.
— Acho que vou parar... – disse a água, receosa.
— O que é isso, minha água? – espantou-se o sol, mais do que educado, sem esconder
uma certa preocupação.
A água continuou jorrando, empurrando seu povo para dentro, ocupando todos os cômo-
dos da ampla casa, inundando tudo e, por fim, fazendo com que o sol e a lua, sem ter mais
pra onde ir ou se refugiar, subissem para o céu, onde estão até hoje.
BRAZ, Júlio Emílio. Sukulume e outros contos africanos. São Paulo: Editora Pallas, 2006.
São indícios que prenunciam o desenlace do conto
A) o entusiasmo do Sol em receber sua amiga Água.
B) o trabalho realizado por Sol e Lua para receber a Água e seu povo.
C) o fato de o Sol nunca retribuir as visitas de sua amiga Água a sua moradia.
D) a repetição de verbos como “entrando”, “jorrando” e “inundando” e a preocupação da Água em
despejar os moradores da casa.
E) o uso dos termos “garantiu-lhe”, “sem susto”, “agradável”, “dedicaram”, que demonstram a
progressão dos fatos.
Soluções para a tarefa
Neste conto africano, temos que o que indicava para os leitores o desenlace do conto o seguinte:
D) a repetição de verbos como “entrando”, “jorrando” e “inundando” e a preocupação da Água em despejar os moradores da casa.
Interpretação do conto
Segundo esta história fictícia, temos que o Sol que era o marido da Lua estava ansiosos e também estavam insistindo para que a água entrasse na sua casa, ainda na Terra.
No entanto, a água estava receosa, pois ela e sua família eram enormes, sendo assim eles ocupariam muito espaço na casa do Sol e da Lua. O que acabou acontecendo é que ambos foram despejados de sua casa e foram para cima, e a água ficou na Terra.
O conto é um gênero de aspecto literário (o que conta uma narrativa). Nele, as histórias do texto sempre apresentam apenas um único clímax.
Veja mais sobre os contos em
brainly.com.br/tarefa/41264242
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