Leia o texto “Sketchs,” de Luis Fernando Veríssimo, e observe os níveis de linguagem:
Sketch - Dois homens tramando um assalto
“– Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa bonitinho.
Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra arejá.
– Podes crê. Servicinho manero. É só entrá e pegá.
– Tá com o berro aí?
– Tá na mão.
Aparece um guarda.
– Ih, sujou. Disfarça, disfarça...
O guarda passa por eles.
– Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hengel chega a Marx diluído pela fenomenologia de Feurbach.
– Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que Kierkegaard não passa de um Kant com algumas sílabas a mais. Ou que os iluministas do século 18...
O guarda se afasta.
– O berro, tá recheado?
– Tá.
– Então vamlá!”
(Fonte: VERÍSSIMO, Luis Fernando. O Estado de S. Paulo, 08 mar. 98.)
Observamos a ocorrência do uso de diferentes níveis de fala (norma culta e popular). Em relação ao texto é correto afirmar:
Escolha uma:
a. A língua culta ou padrão deve ser considerada a única forma de expressão do nosso idioma.
b. Toda língua se apresenta como entidade homogênea.
c. A variação linguística da região sul é melhor do que a da região nordeste.
d. O termo “berro”, utilizado no texto, é característico da gíria. O termo significa a maneira como os ladrões vão agir durante o assalto: aos berros vão intimidar as pessoas.
e. No texto de Veríssimo, nota-se que os dois ladrões dominam a variante culta e a variante coloquial do português.
Soluções para a tarefa
Letra e. No texto de Veríssimo, nota-se que os dois ladrões dominam a variante culta e a variante coloquial do português.
Nota-se, durante a leitura do texto de Veríssimo, a presença de dois tipos de variantes linguísticas.
Uma é marcada pela presença do uso de gírias e termos inerentes a um determinado grupo, por isso, pode ser considerada uma variante social.
Já a utilização da norma culta, no segundo momento do diálogo, representa que há ainda o domínio da variante culta pelos ladrões, utilizada com o intuito de despistar os guardas.
Resposta:
No texto de Veríssimo, nota-se que os dois ladrões dominam a variante culta e a variante coloquial do Português.
Explicação:
Os conteúdos necessários estão no capítulo 1, Homem e linguagem, do livro Leitura e escrita na era digital (2013). No texto de Veríssimo, nota-se que os dois ladrões dominam a variante culta e a variante coloquial do português. A língua culta ou padrão não deve ser considerada a única forma de expressão do nosso idioma, principalmente pelo motivo de nossa nação ter sido construída a partir da mistura entre diversos povos, com variadas línguas, como também pela imensa extensão territorial. A distância geográfica e a ausência ou dificuldade de comunicação entre os habitantes de regiões distintas fazem com que, ao fim de um período, as falas das regiões estejam bem diferentes. Nenhuma variedade linguística é melhor que outra. Nenhuma língua se apresenta como entidade homogênea. FAEL.