Português, perguntado por luan533w, 5 meses atrás

Leia o texto.
Quando chega o dia da casa cair – que, com ou sem terremotos, é um dia de chegada infalível, – o dono pode estar: de dentro, ou de
fora. É melhor de fora. E é a só coisa que um qualquer-um está no poder de fazer. Mesmo estando de dentro, mais vale todo vestido e
perto da porta da rua. Mas, Nhô Augusto, não: estava deitado na cama – o pior lugar que há para se receber uma surpresa má.
E o camarada Quim sabia disso, tanto que foi se encostando de medo que ele entrou. Tinha poeira até na boca. Tossiu.
— Levanta e veste a roupa, meu patrão Nhô Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim pr’a lhe contar.
E tremeu mais, porque Nhô Augusto se erguia de um pulo e num átimo se vestia. Só depois de meter na cintura o revólver, foi que interpelou, dente em dente:
— Fala tudo!
Quim Recadeiro gaguejou suas palavras poucas, e ainda pôde acrescentar:
— ... eu podia ter arresistido, mas era negócio de honra, com sangue só pr’a dono, e pensei que o senhor podia não gostar...
— Fez na regra, e feito! Chama os meus homens!

Dali a pouco, porém tornava o Quim, com nova desolação: os bate-paus não vinham... Não queriam ficar mais com Nhô Augusto...
O Major Consilva tinha ajustado, um e mais um, os quatro, para seus capangas, pagando bem. Não vinham, mesmo. O mais merecido, o
cabeça, até mandara dizer, faltando ao respeito? – Fala com Nhô Augusto que sol de cima é dinheiro!... P’ra ele pagar o que está nos devendo... E é mandar por portador calado, que nós não podemos escutar prosa de outro, que seu maior disse que não quer.
— Cachorrada!... Só de pique... Onde é que eles estão?
— Indo de mudados, p’ra a chácara do Major...
— Major de borra! Só de pique, porque era inimigo do meu pai!... Vou lá!

A hora e a vez de Augusto Matraga, de João Guimarães Rosa.

No Sertão de Guimarães Rosa, frequentemente faz-se referência a aspectos de um código de ética, de caráter tradicional, que rege a vida das personagens. Uma fala presente no texto na qual se menciona uma situação em que esse código não é quebrado é

a) "o dono pode estar: de dentro, ou de fora. É melhor de fora [...]".

b) “— Eu podia ter arresistido, mas era negócio de honra, com sangue só p'ra dono; e pensei que o senhor não podia gostar [...]”.

c) "E tremeu mais, porque Nhô Augusto se erguia de um pulo e num átimo se vestia. [...]".

d) "E o camarada Quim sabia disso, tanto que foi se encostando de medo que ele entrou. Tinha poeira até na boca. Tossiu. [...]".

e) "O Major Consilva tinha ajustado, um e mais um, os quatro, para seus capangas, pagando bem. [...]".

Soluções para a tarefa

Respondido por chiaracarolinecx
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Resposta:

“— Eu podia ter arresistido, mas era negócio de honra, com sangue só p'ra dono; e pensei que o senhor não podia gostar [...]”.

Letra b

Explicação:

O trecho “— Eu podia ter arresistido, mas era negócio de honra, com sangue só p'ra dono; e pensei que o senhor não podia gostar [...]” revela a existência de um código de ética do Sertão de Minas Gerais.

Respondido por gabipquintana
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Sobre o conto A Hora e Vez de Augusto Matraga de João Guimarães Rosa, podemos declarar que a obra do autor retratava o grande senso de honra do sertanejo e seu código tradicional de ética. Sendo assim, a alternativa correta é a B.

A Hora e Vez de Augusto Matraga

Trata-se de um conto, também considerado como uma pequena novela de autoria de Guimarães Rosa, presente em seu livro de estreia: Sagarana, de 1946.  Com aspectos regionalistas e, ao mesmo tempo, universais, a obra retrata o sertanejo através de temáticas sociais, destacando questões reacionadas à condição humana.

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