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Poeminha macante / Por que não
ser também um chato?
Mor Pemandes
Sempre sofri
O ataque inesperado
Do primo chato
Do amigo chato
Do chato ocasional
Que nem espera ser apresentado
1)
Desfaço agora com o máximo desdém
De quem tem e de quem não tem
Sei ser blasé diante da maior obra de arte
E no teatro, ao começar a interpretação,
Eu, zas!.
Me viro de costas para comentá-la
Com o sujeito de trás.
Falo alto na igreja
E baixinho diante dos que ouvem mal
Bocejo de tédio quando alguém me olha
E me visto sempre de maneira imprópria
Para a ocasião.
Quando me falam de livro
Respondo - "E as mulheres, como vão?"
Nunca ouço o que me dizem
Falo sempre de mim mesmo
Não respeito compromissos
E troco nomes a esmo.
Ah, ser chato é muito diferente
De suportar um chato
Suportar é quase doloroso
Mas sê-lo
É delicioso!
E o que é melhor, amigo,
Todos os chatos
Evitam tratar comigo.
FERNANDES, Millôr, 1924-2012. Essa cara não me é estra
outros poemas 1 ed. - São Paulo: Boa Companhia, 2014
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Resposta:
A) embaraço
Explicação:
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