História, perguntado por castrillonlobo, 3 meses atrás

leia o texto e fale sobre a parte que voce achou mais o interessante

  A descrição da bênção, batismo ou imantação dos maracá or mbaracá, segundo Hans Staden, que, como se sabe, viveu muitos anos prisioneiro dos tupinambás, é uma prova incontestável de que a maioria dos aborígines do Brasil tinha conhecimentos, crenças e hábitos que os  jesuítas e os invasores, por este ou aquele motivo, procuraram encobrir ou desvirtuar em todos os documentos que nos legaram sobre o assunto. Os tupinambás, conforme a narração de Hans Staden, tradu- zida por Tristão Araripe e inserta na Revista do Instituto Histórico e Arqueológico do Rio de Janeiro, possuíam conhecimentos esotéricos, demonstram os seus costumes e, sobretudo, o que nos é dado desvendar  das suas cerimônias religiosas.   Tinham notícia muito precisa do corpo e do plano astrais e adotavam práticas e processos secretos que lhes permitiam a exte- riorização consciente e voluntária desse corpo e a conseqüente ascensão a esse plano do Universo.   Essas cerimônias eram efetuadas, diz Hans Staden, sempre que se cogitava uma viagem, uma guerra, por ocasião de qualquer epidemia ou quando se verificava algum acontecimento que poderia in fluir nos destinos ou interesses da coletividade.

  Os payés e os mborubicháb , antes de qualquer deliberação, procuravam ouvir os solicitados mais conceituados da tribo a respeito dos sonhos que revelassem qual- quer conexão com a medida a ser adotada.   Todos eram chamados a narrar o que tinha ouvido ou visto enquanto dormiam e, de conformidade com essas narrações, como providências seriam executadas.   Quem, ao menos, passou os olhos pelas páginas de qualquer compêndio de História da Civilização, não pode ignorar a influência da interpretação dos sonhos e outros processos de adivinhação na vida individual e coletiva dos povos mais cultos da Antiguidade. Como os indianos, os egípcios, os gregos, os romanos - os po- vos da mais remota Antiguidade, conheciam os efeitos inebriantes ou hipnóticos de certas bebidas e queimavam essências e resinas que tinham influências idênticas, a fim de aumentar como faculdades dos que se  prestavam a essas pesquisas oniromânticas.

  Os payés, digamo que quiserem, praticavam o hipnotismo, o magnetismo, a sugestão e a própria magia de que se utilizavam na cura de várias enfermidades e em proveito do prestígio e dos privilégios que desfrutavam entre os de sua raça.   Na entrega da imantação dos mbaracá, os payés recita- vam, à meia voz, uma série de orações, diz Hans Staden.   Em geral, os que tratam assuntos assuntos, por ignorância ou proposito, muito pouco adiantam quanto à sua lógica e verdadeira interpretação.   A despeito de tudo, porém, não logram ocultar que os faquires ou iogues do Brasil pré-cabralino gozavam, pelo menos, dos mesmos poderes supranormais informados aos milagrosos taumaturgos, como Anchieta, que solicitou dos aborígines o título de payé-assú, em  virtude da semelhança dos processos por ambos adotados.

  Os payés, como afirma Lery, gabavam-se de transmitir sua vontade por meio de práticas hiperfísicas, e Anchieta, os cronistas divulgaram amplamente, «foi.cognominado o amarra-mãos».   «Reuniam-se os payés numa cabana e defumavam todas as mulheres presentes. »  No planalto de Anahuac, como no Yucatan e em toda a exten- são andina, onde ainda existem os restos das maravilhosas civili- zações amerígenas , dessa natureza  eram executadas comunsen- te. Do mesmo modo, na Ásia dos indianos, na África dos egípcios, na Europa dos gregos, romanos, gauleses e germanos, onde, muito mais tarde, tantos mestres como foram descobrir.

  A maioria dos teósofos que penetrou na Índia, como Blavatsky, Sinnett, Leadbeater * e tantos outros, fala, detalhada e documentada- mente, de exercícios semelhantes, «observados e praticados pelos chelas, que intentavam despertar a Serpente de Fogo».   Como bacantes da velha Grécia, nas orgias de Dionísios, não agiam de modo muito diferente, e, bem assim, como sacerdotisas e a maioria das mulheres que tomavam parte nos mistérios órficos a que se referenciam as tradições helênicas.

Soluções para a tarefa

Respondido por thayaneamparo2007
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Resposta:

que a maioria dos aborígines do Brasil tinha conhecimentos, crenças e hábitos que os  jesuítas e os invasores, por este ou aquele motivo, procuraram encobrir ou desvirtuar em todos os documentos que nos legaram sobre o assunto. 

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