Português, perguntado por amandamiyukinishida, 9 meses atrás

Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 5. Pega ladrão, Papai Noel! 1 Ele não era bem um Papai Noel, era mais um Santa Claus, pois trabalhava em uma cadeia multinacional de lojas, a Emperor Presentes e Utilidades Domésticas, aquela grande, da avenida. Consta, inclusive, que fez um curso de seis semanas no próprio States para testar e aperfeiçoar sua tendência vocacional, obtendo boa nota, apesar de cantar o “Jingle Bell” com imperdoável sotaque latino-americano. Mas seu visual, mesmo sem uniforme, impressionou favoravelmente a banca examinadora: era gordo, como convém a um Papai Noel; tinha olhos da cor do céu e a capacidade de sorrir durante horas inteiras sem nenhum motivo aparente. Aliás, um Papai Noel é isso: uma mancha vermelha que sabe rir e, às vezes, falar. 2 — Você está ótimo! — disse-lhe o chefe da seção de brinquedos. — As crianças vão adorá-lo. 3 Era véspera de Natal e a Emperor andava preocupadíssima com as vendas, inferiores ao ano anterior. E preocupada com outra coisa, ainda: o incrível número de furtos, razão por que o Papai Noel além de sorrir e estimular as vendas teria de ser também um olheiro, um insuspeito fiscal de seção. 4 Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos, juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão nos cabelos louros de um garotinho, quando viu. Viu o quê? Um homem, e mais que ele, sua mão surrupiando um trenzinho de pilha, imediatamente metido em uma bolsa promocional da Emperor. Interrompendo em meio seu sorriso, Papai Noel deu um passo firme e fez voz de vigia: 5 — Por favor, me deixe ver essa bolsa! 6 Nem todo susto é paralisante: o homem, sem largar a bolsa, saiu em disparada pela seção de brinquedos, empurrando pessoas, chutando coisas, derrubando e pisando em brinquedos. Atrás desse furacão, seguia outro furacão, este encarnado, o Papai Noel aludido, que repetia em cores mais vivas os desastres provocados pelo primeiro. A cena prosseguiu com mais dramaticidade e ruídos na escadaria da Emperor, pois a seção de brinquedos era no sexto andar. No quarto pavimento, Papai Noel chegou a grampear o ladrão pelo braço, mas este conseguiu escapar, livrando oito degraus entre o quarto e o segundo andares. Aí, novamente, Papai Noel pôs a mão enluvada no fugitivo, mas um grupo de pessoas que saía do elevador poluiu a imagem e ele tornou a ganhar distância. 7 Na avenida, a perseguição teve novos aspectos e emoções. A pista era melhor para corridas, mas ainda maior o número de pessoas e obstáculos. O ladrão logo à saída da loja chocou-se com uma mulher que carregava mil pacotes, pacotinhos e pacotões. Foram todos para o chão. Um propagandista de longas pernas de pau fez uma aterrissagem forçada, que o aeroporto de Congonhas teria desaconselhado devido ao mau tempo. O Papai Noel também empurrava, esbarrava e derrubava, aduzindo ao seu esforço o clássico “pega ladrão!”, um refrão tão comum na cidade que não entendo como ainda não musicaram. Na primeira esquina, quase... Um carro bloqueou a fuga do homem, que ficou hesitante enquanto seu colorido perseguidor se aproximava em alta velocidade. 8 Quando o ladrão do brinquedo entrou em uma galeria da Barão, os espectadores, digamos assim, tiveram a impressão de que se livraram do Papai Noel. Mas a câmera2 logo mostrou o santo velhinho, entrando também na galeria com o mesmo ímpeto dos primeiros fotogramas. Todavia, embora corresse em milhas e o outro em quilômetros, não conseguia alcançá-lo. 9 Consta que Papai Noel perseguiu o ladrão inclusive no Minhocão, de ponta a ponta, onde é proibida a circulação de pedestres. Também sem resultado. 10 A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas prefiro que acabe lá. 11 Lá, onde? 12 Naquele quarto de subúrbio. 13 Aquela noite, o ladrão, à meia-noite em ponto, deu para o filho o belo presente das lojas Emperor, o trenzinho de pilha, que tinha luzes diversas e até apitava, excessivamente incrementado para qualquer garoto pobre. 14 O menino, que sabia dos apuros do pai, não recebeu alegremente a maravilha eletrônica. 15 — Papai, o senhor não devia ter comprado. 16 — Mas não comprei. 17 — Ahn? 18 — Ganhei. 19 — De quem? 20 — De Papai Noel, ora. Bom cara. Nem precisei pedir. Ele correu atrás de mim e me deu o presente. Disse que a pilha dura três meses. Legal, não? REY, Marcos. In Para gostar de ler. São Paulo, Ática, 2002 – v. 8, p. 29 O ponto culminante (ou seja, o ponto de maior tensão) do texto ocorre em qual parágrafo? No parágrafo 5. No parágrafo 6. No parágrafo 7. No parágrafo 8.

Soluções para a tarefa

Respondido por vannysamtos38
85

Resposta:

que características tornavam aquele homem ideal para o cargo

Respondido por anaclaudialara
20

O ponto culminante do texto "Pega ladrão, Papai Noel!" encontra-se no parágrafo 5.

O parágrafo 5 é o trecho que mostra maior tensão, dentre as opções dadas, porque nele o Papai Noel aborda o ladrão (aborda a homem que pegou o trem e o escondeu na bolsa, e toma satisfações).

Nesse momento não sabemos o que irá acontecer: o homem poderia atacar o Papai Noel, empurrá-lo; poderia sorrir e desconversar; poderia negar-se a abrir a bolsa; poderia sair correndo (o que ele, de fato, fez). Assim a tensão se forma e nos perguntamos: o que vai acontecer agora?

O parágrafo 6 não é o ponto culminante porque mostra o que aconteceu após a abordagem do Papai Noel.

O parágrafo 7 também não é o de maior tensão, pois explica como foi a perseguição.

O parágrafo 8 continua contando e explicando a perseguição, por isso não é o culminante.

O texto "Pega ladrão, Papai Noel!" é um conto, dividido em 20 parágrafos. Contos são narrativas, histórias curtas que acontecem em um tempo e um espaço, e trazem um narrador, um enredo, personagens e uma situação.

Para saber mais sobre contos, acesse: https://brainly.com.br/tarefa/10482168

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