Leia o texto abaixo.
Hora do recreio
Todos os dias, na hora do recreio, a menina se sentava no mesmo lugar. E dali, sentada, observava o mundo. Seu lugar era num dos extremos do pátio, sob as janelas coloniais azuis, numa faixa de grama que beirava o prédio antigo da escola. Todo o resto do pátio era de terra batida, mas aquele trecho gramado tinha atrações que a menina considerava especiais. Primeiro, o próprio gramado que, por ser pontilhado com pedras formando caminhos, oferecia segredos e descobertas. Segundo, o velho poço abandonado, em cuja tampa de cimento ela se sentava para apreciar o mundo. Um lugar privilegiado. [...]
O formato das pedras que pontilhavam o caminho, seus brilhos e matizes; o mundo em miniatura que crescia por entre as lâminas de grama; os insetos, joaninhas e formigas, com suas vidas secretas, insondáveis. E os trevos. A grama ali estava cheia de trevos. Mas nunca a menina encontrou um de quatro folhas, só de três. Não se importava. Com ou sem seu trevo da sorte, escolhera aquele lugar e dali se sentava para observar o mundo. Olhava e olhava, porque o que mais gostava de fazer na vida era olhar. E era assim, olhando de seu canto no pátio do recreio, que via o tempo passar.
Até que um dia – o primeiro dia de aula depois de um feriado – o sino da hora do recreio trouxe uma surpresa. Assim que despontou no pátio, piscando os olhos por causa da claridade que ardia nos grãos de areia do chão, a menina viu que seu lugar não existia mais. O velho poço desaparecera e o trecho de grama do pátio fora cimentado para a instalação de uns brinquedos modernos, de colorido espalhafatoso. Não mais joaninhas, nem caminhos de formigas, nem mais trevos pontilhando a grama. O universo mínimo em torno do poço, com todos os seus segredos, sumira. Tinham cimentado tudo.
E a menina teve a impressão de que o mundo tinha perdido um pouco de sua delicadeza.
SEIXAS, Heloísa. Hora do recreio. Disponível em: . Acesso em: 5 jan. 2021. Fragmento.
Nesse texto, no trecho “... era de terra batida, mas aquele trecho gramado tinha atrações...” (1º parágrafo), a palavra em destaque foi usada para
estabelecer oposição.
indicar adição.
marcar finalidade.
mostrar tempo.
viniciussoarespires1:
ok
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Nesse texto, no trecho “... era de terra batida, mas aquele trecho gramado tinha atrações...” (1º parágrafo), a palavra em destaque foi usada para
estabelecer oposição.
A conjunção "mas" indica adversidade. Por esse motivo, o item A é a alternativa correta. Dizemos que o "mas" é uma conjunção coordenativa adversativa. Expressa, por isso, contraste, ideias opostas.
Poderia ser substituída, sem alterar o sentido, por estas conjunções: "no entanto", "entretanto", "todavia", "contudo" e "porém".
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BONS ESTUDOS!
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A eu acho :) alternativa À confia
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