Leia o texto a seguir, que trata da construção do mito político
Getúlio Vargas. Getúlio Vargas é, com toda a certeza, um dos maiores nomes do cenário político brasileiro do século XX. [...] Ficou conhecido como o "pai dos pobres", o protetor dos trabalhadores, mas também como o presidente em cujo governo trabalhadores foram presos, torturados e até mortos. Mitos políticos são construções modernas, possíveis quando a política se torna uma atividade central para uma sociedade e quando as "massas" se tornam um ator necessário, porém temido.
Mitos políticos, especialmente quando assumem a forma de uma personalidade, cumprem o papel de guias para o povo, devendo ser facilmente reconhecidos e seguidos — nesse sentido Getúlio Vargas foi um grande mito, construído no contexto das décadas de 1930-1940, quando o Brasil se tornava uma sociedade urbano-industrial, entrava na era dos meios de comunicação de massa e não podia mais desconhecer os graves problemas socioeconômicos que inquietavam sua população havia décadas. Mitos políticos exigem intensa e sofisticada propaganda governamental, mas é preciso que o que está sendo propagado faça sentido para a população receptora, vinculando-se à sua experiência de vida, seja direta, seja indiretamente. [...]
Diretamente envolvidos no esforço de divulgação da figura de Vargas, estavam o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e também o Ministério da Educação e Saúde. [...] Esses órgãos do aparelho de Estado revelam claramente o tipo de imagem que Vargas desejava criar junto à população. Ela devia ser a de um presidente especialmente atento à situação dos trabalhadores do Brasil e, com igual ênfase, à situação das mulheres/mães, dos jovens e das crianças, que garantiriam o futuro do país. Dessa forma, Vargas materializava um modelo de presidente voltado para a criação e a implementação dos novos direitos sociais do povo brasileiro, que constituíam o coração e o sentido da cidadania social, então preconizada. Esse presidente queria inaugurar um novo tempo nas relações entre Estado e sociedade no Brasil: elas deviam ser diretas — através de cartas e de cerimônias cívicas — , sem quaisquer intermediários. Povo e presidente deviam estar próximos, deviam confiar um no outro. [...] Vargas é, nessa perspectiva, um exemplar mito político.
(G O M ES. Â ngela de C astro. O m ito Vargas. D isponível em: < h ttp s://cp d o c.fg v.b r/p ro d u ca o /d o ssie s/A E ra V a rg a s2 /a rtig o s/ A lem D aV ida/M itoV argas>. A ce sso em : 22 jan. 2016).
a) Qual foi o papel do DIP na construção da imagem de Vargas como um mito político?
b) Segundo a autora, o que caracteriza um mito político?
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a) O Estado Novo criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que passou a controlar e fiscalizar as emissoras de rádio, censurando-as com funcionários do governo, que aprovavam ou vetavam os programas, além de avaliarem e censurarem previamente as letras de músicas colocadas no ar.
Além da censura nas estações de rádio, o DIP controlava as informações veiculadas na imprensa e no cinema. Esse departamento também organizava festas cívicas, exposições de arte e concertos musicais, fiscalizava as apresentações de teatro e acompanhava de perto a produção literária brasileira e, também, a estrangeira que estivesse em circulação no país.
Quanto à área da educação, o DIP era responsável por analisar os conteúdos dos livros didáticos e das cartilhas distribuídas aos estudantes, bem como produzir cartazes e livros que exaltassem a figura de Getúlio Vargas e suas decisões políticas, focando em promover a imagem trabalhadores, sempre em contraponto aos ociosos e não participantes do processo produtivo.
b) Esses mitos políticos devem-se identificar como guias para o povo, facilmente reconhecidos e seguidos, como no caso das celebridades, de modo que a sua ação confunda-se com os anseios mais imediatos do povo.
Além da censura nas estações de rádio, o DIP controlava as informações veiculadas na imprensa e no cinema. Esse departamento também organizava festas cívicas, exposições de arte e concertos musicais, fiscalizava as apresentações de teatro e acompanhava de perto a produção literária brasileira e, também, a estrangeira que estivesse em circulação no país.
Quanto à área da educação, o DIP era responsável por analisar os conteúdos dos livros didáticos e das cartilhas distribuídas aos estudantes, bem como produzir cartazes e livros que exaltassem a figura de Getúlio Vargas e suas decisões políticas, focando em promover a imagem trabalhadores, sempre em contraponto aos ociosos e não participantes do processo produtivo.
b) Esses mitos políticos devem-se identificar como guias para o povo, facilmente reconhecidos e seguidos, como no caso das celebridades, de modo que a sua ação confunda-se com os anseios mais imediatos do povo.
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