Leia o texto a seguir para responder às questões 1 a 5.
Dados e os novos jornalismos
A internet não mudou apenas a forma como absorvemos a informação, mudou a própria informação. E continua mudando, neste exato momento, até o que entendemos por jornalismo. Não se trata mais apenas daquela história de chuva de informação, damorte do jornal, da liberdade e aprisionamento on-line. Trata-se do fato de que a companhias de comunicação, com atraso, estão começando a entender que esse novo tempo pede um novo tipo de jornalismo.
O escritor Clay Shirky contextualiza bem esse cenário, quando diz que há apenas quatro períodos nos últimos 500 anos em que os meios de comunicação social mudaram suficientemente para se qualificarem à denominação de Revolução (palavra tão adorada e mal usada por colegas jornalistas). “O primeiro é a imprensa. Depois, há cerca de duzentos anos houve inovação na comunicação bilateral (telégrafo, depois o telefone). No terceiro, há cerca de 150 anos houve uma revolução nos meios de gravados com fotos, depois o som gravado, depois os filmes codificados em objetos físicos. E finalmente, o aproveitamento do espectro eletromagnético para enviar som e imagens através do ar, rádio e televisão”.
Como pontua Shirky, todas as tecnologias que motivaram essas revoluções têm uma assimetria: quando são boas em gerar conversas, não são boas em gerar grupos, e vice-versa. Se o telefone possibilitou que duas pessoas fossem emissoras e receptoras de informaçãoao mesmo tempo, não conseguia gerar comunicação com um grupo grande. Do outro lado, se livros, jornais, TV e rádio conseguem passar uma mensagem a milhões, a mensagem tem apenas um emissor, não há idas e vindas, diálogo.
É aqui que entraria o que alguns chamam de quinto período de revolução das comunicações: a internet. Se antes o padrão era a comunicação “um para um” (telefone) ou “um para muitos” (televisão, rádio, jornais), a web chega e institui um padrão nativo de comunicação “muitos para muitos”.
- Tá bom, Tiago. Mas e aí? O que isso tem a ver com as mudanças no jornalismo?
Se a comunicação é de muitos para muitos, é natural aparecer um jornalismo nativamente de muitos para muitos. Onde a figura do jornalista em si não fique com o monopólio da informação à qual você, leitor, também tem condiçõesde chegar. Tão naturalque já existe.
Uma das vertentes que começa a mostrar outros potenciais na comunicação “muitos para muitos” é o chamado “jornalismo de dados”, onde o jornalismo, muitas vezes, não cria a história, mas cria maneiras de fazer com que qualquer um construa uma história, ou que todos a construam conjuntamente.
Você pode parar neste ponto e perguntar “mas a maneira de criar essas ferramentas, essas interações, não continua direcionando a interpretação do leitor?”. Sim, continua. Mas o leitor tem a liberdade para baixar as bases de dados, criticar, fazer a sua própria interpretação e espalhar. Isso diminui a necessidade da figura do jornalista? Isso é você quem vai me dizer. Não estou certo de que todos tenham tempo e disposição para fazer a sua própria história. Provavelmente essa investigação e construção de uma narrativa do jornalista não sejam dispensáveis. Só não será mais exclusiva dele (MALI, Tiago. Galileu. 29 mar. 2013 – Adaptado).
1) (TJPR, 2014) Este texto foi publicado sob a rubrica “coluna” na revista Galileu. Essa caracterização de gênero o coloca no grupo dos textos de opinião da mídia impressa. A partir dessa perspectiva, a inserção em discurso direto observada após o quarto parágrafo tem como funções:
1. Indicar que parte do texto é transcrição de uma entrevista.
2. Simular a intervenção de um leitor fictício, que espera encontrar no texto o tema anunciado no início do primeiro parágrafo.
3. Demarcar no texto o início de um diálogo mais efetivo com o leitor, que se manifesta nos últimos parágrafos.
4. Fazer a transição entre uma linguagem escrita, formal, e uma linguagem coloquial, que passa a ser dominante nos parágrafos finais do texto.
Estão corretas as funções caracterizadas nos itens:
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A resposta para a questão é Simular a intervenção de um leitor fictício, que espera encontrar no texto o tema anunciado no início do primeiro parágrafo e Demarcar no texto o início de um diálogo mais efetivo com o leitor, que se manifesta nos últimos parágrafos. No caso é 2 e 3 corretas.
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