Leia o texto a seguir para responder à questão: Papos - Me disseram. - Disseram-me. - Hein? - O correto é "disseram-me". Não "me disseram". - Eu falo como quero. E te digo mais. Ou é "digo-te"? - O quê? - Digo-te que você. - O "te" e o "você" não combinam. - Lhe digo? - Também não. O que você ia me dizer? - Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz? - Partir-te a cara. - Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me. - É para o seu bem. - Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu. - O quê? - O mato. - Que mato? - Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem? - Pois esqueça - o e pára - te. Pronome no lugar certo é elitismo! - Se você prefere falar errado. - Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem - me? - No caso. Não sei. - Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes - lo não? - Esquece. - Não. Como "esquece"? Você prefere falar errado? E o certo é "esquece" ou"esqueça"? Ilumine - me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos. - Depende. - Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não sabes-o. - Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser. - Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não posso mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia. - Por quê? - Porque, com todo este papo, esqueci-lo. VERÍSSIMO, Luiz Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva 2001, p. 65-6. As construções "Matar-lhe-ei-te", "Sabes-lo", "Ensines-lo-me" e "esqueci-lo" não existem em português, nem na norma culta e muito menos na norma popular. No texto, portanto, elas têm uma função especial, que é: Escolha uma: a. Identificar as características principais do personagem: ele é chato e gosta de parecer elitista. B. Demonstrar que as regras de colocação pronominal em língua portuguesa são ilógicas e sem
Soluções para a tarefa
As construções inexistentes na norma padrão, norma popular ou no português, ditas pela personagem na crônica "Papos", de Luiz Fernando Veríssimo têm a função expressa pela letra A.
O que é uma personagem?
Personagem é um dos elementos da narrativa, isto é, um dos constituintes primordiais da narração. É através dela que o enredo poderá acontecer, uma vez que, são as ações da personagem principal, chamada também de protagonista, que faz a história acontecer.
E elas são classificadas em:
- protagonistas: como dito anteriormente, é a personagem principal, da qual partirá todas as decisões para a história
- co-protagonistas: é a segunda personagem mais importante na história. Ela ajuda o protagonista a alcançar seus objetivos
- antagonista: é a personagem que irá se opor ao protagonista, auxiliando a criar o clímax no enredo. Nem sempre é presente nas histórias
- oponente: é o auxiliar do antagonista
- coadjuvante: é a personagem que ajuda no desenvolvimento da história, podendo estar relacionada com a trama principal ou não
O restante da questão:
c. provocar efeito de humor com as dificuldades que o personagem tem na colocação de pronomes.
d. ironizar o falso conhecimento que o outro personagem tem das regras de colocação pronominal.
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