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Melhoramento genético ao longo da história
Todas as frutas e hortaliças que você consome foram geneticamente modificadas. Até mesmo as orgânicas. Não existe uma variedade que seja 100% original ou selvagem na natureza. E não tem absolutamente nada de errado com isso. Há pelo menos 12 mil anos, o homem intervém de alguma forma nas culturas agrícolas, separando as melhores plantas para o cruzamento e propagando espécies longe de seu habitat original.
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Esse processo é chamado de domesticação das plantas, ou melhoramento genético convencional, e tem a finalidade de produzir sementes híbridas de alimentos que possuam certas qualidades atraentes para quem consome (como cor, forma e sabor) e também para o agricultor, interessado na produtividade e resistência da espécie a doenças.
Foi assim que surgiram os tomatinhos-cereja [Figura 6] e as melancias baby, com peso de 2 a 5 quilos. Também foi assim que cientistas conseguiram fazer com que os melões amarelos ficassem mais doces do que eram há 20 anos. Sem contar a durabilidade das hortaliças, que vem aumentando de maneira considerável.
O Brasil também participa do desenvolvimento da pesquisa de melhoramento genético convencional de cenoura. O ciclo de vida original da cenoura leva dois anos. “Conseguimos reduzi-lo para um ano e ainda geramos sementes muito resistentes a pragas”, diz Raphael Carneiro, que comanda um time de melhoristas de sementes em Minas Gerais.
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Durante milênios, o trabalho de seleção das espécies foi feito basicamente mediante observação, de forma muito lenta, sem base científica. Só em meados do século XIX a humanidade começou a ter uma compreensão dos mecanismos envolvidos neste processo, a partir das descobertas do monge Gregor Mendel (1822-1884), o inventor da genética enquanto ciência. Nascido na Silésia, atual República Tcheca, Mendel cruzou variedades de ervilhas e destrinchou as relações entre os genes recessivos e dominantes.
Hoje, um exercício curioso é comparar as espécies originais com os frutos que comemos. A banana, por exemplo, descende de uma variedade asiática com casca verde e grandes sementes em seu interior. Já a cenoura ficou laranja depois de agricultores holandeses cruzarem diversas variedades até obter um tipo da cor que simboliza a família real do país. Sua versão selvagem, encontrada há mais de mil anos na região do Afeganistão, era roxa, branca ou amarela.
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Talvez o melhoramento mais surpreendente seja o do milho. Vestígios arqueológicos do alimento encontrados em cavernas do México indicam que o seu cultivo data de pelo menos 7 mil anos atrás. Os achados permitiram verificar o parentesco do milho com o teosinto, que tinha o aspecto de um capim e apenas entre 5 e 10 grãos. Em comparação com esse “antepassado”, a espiga que comemos hoje é até mil vezes maior, mais fácil de descascar e ainda tem muito mais açúcar em sua composição.
Na América Central, onde o milho já era a base da alimentação cerca de 4 mil anos antes de Cristo, a espiga consumida tinha aproximadamente 5 centímetros. A partir do século 15, quando os europeus passaram a cultivar o grão, veio o boom de crescimento do milho – tanto em tamanho quanto em número de variedades, que atualmente passam de 200. “Milhares de anos de evolução induzida pelo homem operaram verdadeiros milagres”, diz, em tom brincalhão, o professor de Química James Kennedy, da Universidade de Haileybury, na Austrália, que reuniu esses dados.
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importância da Genética para o desenvolvimento da agricultura.
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Da alimentação e conseguir alimentar maior numero de pessoas
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