Leia o texto a seguir, já apresentado no conteúdo teórico da disciplina:
Rios sem discurso
"Quando um rio corta, corta-se de vez
o discurso-rio de água que ele fazia;
cortado, a água se quebra em pedaços,
em poços de água, em água paralítica.
Em situação de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionária:
isolada, estanque no poço dela mesma,
e porque assim estanque, estancada;
e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água porque ele discorria.
***
O curso de um rio, seu discurso-rio,
chega raramente a se reatar de vez;
um rio precisa de muito fio de água
para refazer o rio antigo que o fez.
Salvo a grandiloquência de uma cheia
lhe impondo interina outra linguagem
um rio precisa de muita água em fios
para que todos os poços se enfrasem:
se reatando, de um para outro poço,
em frases curtas, então frase a frase,
até a sentença-rio do discurso único
em que se tem voz a seca ele combate. "
(João Cabral de Melo Neto)
Estanque: estagnada; grandiloquência: modo afetado de se expressar, que se utiliza de palavras rebuscadas; interina: passageira, provisória, temporária. O título “Rios sem discurso”, no plural e no contexto do poema sugere que:
a. o texto trata-se de uma fábula.
b. todos os rios secam sempre.
c. o significante rio deve ser lido de modo ambíguo: como rio e como homem. d. o significante rio deve ser entendido como fluxo de água, apenas.
e. o significante aponta para um rio sujo.
Soluções para a tarefa
Respondido por
32
Letra 'C- O significante rio deve ser lido de modo ambíguo: como rio e como homem.
vivianazevedo1:
Letra C ou D?
Respondido por
3
Resposta:
c
Explicação:
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