Question

Leia o texto a seguir.



Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus de dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta, às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
(Cecília Meireles)

6. Com base no texto lido, é CORRETO afirmar que a autora: *

2 pontos

Reflete sobre a felicidade que existe nas pequenas coisas cuja percepção depende da nossa capacidade de olhar.

Fala sobre sua própria experiência de vida, que se apresenta repleta de coisas banais, sem grande importância.

Defende a ideia de que quem tem um jardim em casa tem uma maior probabilidade de ser feliz em função da beleza das flores.

Apresenta uma visão poética com olhar infantil, já que se refere a gato, pardal, galo, avião e a personagens de Lope de Vega

​

Answer 1

Resposta:

a resposta é a primeira

Explicação:

se vc poder me seguir já ajuda