Leia o texto a seguir.
Confusão. Sempre confusão. Espírito crítico de antologia
universal. Lado a lado todas as épocas, todas as escolas, todos os matizes. Tudo embrulhado. Tudo errado. E tudo bom.
Tudo ótimo. Tudo genial.
Olhem a mania nacional de classificar palavreado de literatura. Tem adjetivos sonoros? É literatura. Os períodos rolam bonito? Literatura. O final é pomposo? Literatura, nem se
discute. Tem asneiras? Tem. Muitas? Santo Deus. Mas são
grandiloquentes? Se são. Pois então é literatura e da melhor.
Quer dizer alguma cousa? Nada. Rima, porém? Rima. Logo é
literatura.
O Brasil é o único país de experiência geograficamente
provada em que não ser literato é inferioridade. Toda gente
se sente no dever indeclinável de fazer literatura. Ao menos
uma vez ao ano e para gasto doméstico. E toda gente pensa
que fazer literatura é falar ou escrever bonito. Bonito entre
nós às vezes quer dizer difícil. Às vezes tolo. Quase sempre
eloquente.
O cavalheiro que encerra a sua oração com um Na antiga
Roma ou como disse Barroso Na célebre batalha, é orador.
Orador, só? Não. Orador de gênio. O cavalheiro que termina o
seu soneto com um Ó sol! É raio! Ó luz! Ó nume! Ó astro! É
poeta. Também genial. E assim por diante.
(...)
(Antônio de Alcântara Machado, “Genialidade brasileira”.)
Segundo o trecho da crônica, Alcântara Machado:
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O texto acima compreende uma crítica Machadiana ao que passou a ser visto como literatura no Brasil diante da aproximação da modernidade.
Com a chegada do pré-modernismo as antigas estéticas literárias e normas passaram a ser rejeitadas, onde o autor nacional buscou a criação de elementos essencialmente brasileiros.
Isso gerou revoltas, além de inquietações, haja vista que as estéticas europeias não estavam mais presente no criar literário nacional.
S3cret:
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