Português, perguntado por elisamadesouzaazeved, 7 meses atrás

Leia o texto: A DUPLA FACE DO ERRO GRAMATICAL, adaptado para esta avaliação:

Como cada um de nós sabe muito bem, sobretudo graças aos avanços da análise do discurso, todo uso da língua implica inevitavelmente relações de sentido e relações de poder. Nessas relações de poder, a língua é frequentemente utilizada na prática da discriminação, da exclusão social. O preconceito linguístico vivo e atuante é uma realidade inegável na cultura brasileira.
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Do ponto de vista estritamente linguístico, não existe diferença funcional (nem, muito menos, erro) entre dizer "os menino tudo veio" e "os meninos todos vieram". Todavia, do ponto de vista social, é avaliada negativamente e rotulada de “erro”, rótulo que, automaticamente, é aplicado a todas as demais características físicas e psicológicas, bem como a todos os outros comportamentos sociais do falante que se serve dela.

De fato, o suposto erro linguístico parece desencadear uma série de avaliações negativas lançadas sobre o indivíduo, numa cadeia de causas e consequências que, por ser meramente ideológica é, necessariamente, falsa: alguém fala errado porque pensa errado, porque age errado, porque é errado. O outro lado da mesma moeda ideológica é fácil de imaginar: quem fala certo, pensa certo, age certo, é certo.

Esse preconceito social é milenar e já existia, por exemplo, na sociedade romana antiga, onde se falava do "consensus bonorum", identificado com o "consensus eruditorum": as pessoas cultas, educadas e polidas tinham de ser, por consequência natural, pessoas boas, honestas, idôneas... Não é de espantar que, no senso comum das classes favorecidas, exista o preconceito muito arraigado de que todos os pobres são propensos ao vício, à desonestidade, à preguiça, à corrupção moral e à violência..., além, é claro, de falarem tudo errado.
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Acredito que, sobretudo, no que diz respeito ao ensino de língua na escola, nós não podemos perder de vista a “dupla personalidade” daquilo que tradicionalmente se chama de “erro”. O erro é uma moeda e, como toda moeda, ele tem duas faces: uma face linguística e uma face sociocultural. Como já disse e insisto em repetir, do ponto de vista estritamente linguístico não existe erro na língua, uma vez que é possível explicar cientificamente toda e qualquer construção linguística divergente daquela que a norma-padrão tradicional cobra do falante. Mas, do ponto de vista sociocultural, o erro existe, sim, e não podemos fingir que não sabemos do peso que ele tem na vida diária dos falantes.
[...]

4. Assinale a alternativa INADEQUADA sobre o texto lido:

a) No primeiro parágrafo de introdução, a autora afirma que, como a língua implica em relações de poder, através dela ou por causa dela, há discriminação, exclusão e preconceito.
b) Nos 3 parágrafos de desenvolvimento, a autora argumenta em defesa da existência do "erro" do ponto de vista linguístico e do ponto de vista ideológico (sociocultural), além do argumento histórico, ao citar a sociedade romana.
c) Do ponto de vista linguístico, a linguagem funciona, com ou sem plural.
d) Do ponto de vista social, a linguagem funciona como avaliação negativa, lançada sobre o indivíduo que a usa.
e) Cabe a escola ensinar, exclusivamente, a norma padrão, a única face adequada desta moeda chamada língua, para que os estudantes não sofram preconceito, diariamente.

Soluções para a tarefa

Respondido por JozePinto
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Resposta:

ACHO que é a letra D

Explicação:

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