Leia o seguinte soneto de Gregório de Matos. Largo em sentir, em respirar sucinto, Peno, e calo, tão fino, e tão lento, Que fazendo disfarce do tormento, Mostro que o não padeço, e sei que o sinto. O mal, que fora encubro, ou me desminto, Dentro no coração é que o sustento: Com que, para penar é sentimento, Para não se entender, é labirinto. Ninguém sufoca a voz nos seus retiros; Da tempestade é o estrondo efeito: Lá tem ecos a terra, o mar suspiros. Mas oh do meu segredo alto conceito! Pois não chegam a vir à boca os tiros Dos combates que vão dentro no peito. Considere as seguintes afirmações. I. O poema é um exemplo da poesia satírica de Gregório de Matos, a qual lhe valeu a alcunha de Boca do Inferno, por escarnecer de pessoas, situações e costumes de seu tempo. II. Na segunda estrofe, o poema expressa a oposição entre essência e aparência, sustentando que o sofrimento é ocultado aos olhos do mundo. III. Segundo as duas últimas estrofes do poema, a opção pelo silêncio com relação à dor e às angústias internascontrapõe-se aos ruídos da natureza.
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I. O poema é um exemplo da poesia satírica de Gregório de Matos, a qual lhe valeu a alcunha de Boca do Inferno, por escarnecer de pessoas, situações e costumes de seu tempo.
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