leia o poema “Pela rua”, de Ferreira Gullar.
Sem qualquer esperança
detenho-me diante de uma vitrina de bolsas
na Avenida de Nossa Senhora de Copacabana, domingo,
enquanto o crepúsculo se desata sobre o bairro.
Sem qualquer esperança
te espero.
Na multidão que vai e vem
entra e sai dos bares e cinemas
surge teu rosto e some
num vislumbre
e o coração dispara.
Te vejo no restaurante
na fila do cinema, de azul
diriges um automóvel, a pé
cruzas a rua
miragem
que finalmente se desintegra com a tarde acima dos edifícios
e se esvai nas nuvens.
A cidade é grande
tem quatro milhões de habitantes e tu és uma só.
Em algum lugar estás a esta hora, parada ou andando,
talvez na rua ao lado, talvez na praia
talvez converses num bar distante
ou no terraço desse edifício em frente,
talvez estejas vindo ao meu encontro, sem o saberes,
misturada às pessoas que vejo ao longo da Avenida.
Mas que esperança! Tenho
uma chance em quatro milhões.
Ah, se ao menos fosses mil
disseminada pela cidade.
A noite se ergue comercial
nas constelações da avenida.
Sem qualquer esperança
continuo
e meu coração vai repetindo teu nome
abafado pelo barulho dos motores
solto ao fumo da gasolina queimada.
In: Antologia poética. São Paulo, Summus Editorial, 1977.
No poema, o eu-lírico dirige-se à amada usando a 2ª pessoa do singular. Reescreva a terceira estrofe, substituindo o uso da 2ª pessoa pelo pronome de tratamento “você”, que corresponde a 3ª pessoa
Soluções para a tarefa
Respondido por
2
Resposta:
"A cidade é grande
Tem quatro milhões de habitantes e você é uma só.
Em algum lugar está a esta hora, parada ou andando,
Talvez na rua ao lado, talvez na praia
Talvez converse num bar distante
Ou no terraço desse edifício em frente,
Talvez esteja vindo ao meu encontro, sem o saber,
Misturada às pessoas que vejo ao longo da avenida.
Mas que esperança! tenho
Uma chance em quatro milhões.
Ah, se ao menos fosse mil
Disseminada pela cidade."
Perguntas interessantes