Sociologia, perguntado por mariaeduardarojasgom, 4 meses atrás

LEIA O POEMA EU,ETIQUETA DE CARLOS DRUMMOND E RESPONDA AS QUESTÕES.
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome… estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que estar na moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Resumia uma estética.
Hoje, sou costurado,
Sou tecido,
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, ciosamente.!


1- qual a relação do poema com os influenciadores digitais e o consumo contemporâneo?


2- o que o vestuário trasmite a sociedade?status?felicidade?diferenças sociais?imitação?identidade?por que?

3- como as pessoas acabam perdendo sua personalidade,para se tornar algo que a sociedade e o capitalismo impõem?esclareça


4- na sociedade atual o que é mais importante: a quantidade de bens de um indivíduo dispõe o seu nível de conhecimento? comente o seu argumento

Soluções para a tarefa

Respondido por bolabortoletto
3
1) o poema traz ao leitor a ideia de consumo exessivo na sociedade, podemos ligar o mesmo a influenciadores digitais pelo fato destes ganharem ou comprarem muitas coisas para alimentar seu conteúdo, ou querendo ou não seu trabalho. O poema traz uma ideia de que as pessoas do século 21 já não são mais pessoas e sim coisas, pois foram tomadas pelo poder do consumo
2) de acordo com o poema, o vestiário traz a sociedade um poder podemos dizer, as etiquetas em roupas e vitrines definem oque aquela pessoa é e de onde ela é, claramente impondo a diferença social nesta pergunta, uma hora em que você compra uma camisa de 1000 reais que estava na etiqueta, você está praticamente tirando sua pessoa de você mesmo
3)as pessoas desejam sempre mais e mais, se está na moda uma coisa de 500 reais todos irão lutar por ela o mais rápido possível, pois aquilo está na moda e está sendo usado. O capitalismo impôs que o dinheiro comanda tudo, a partir do momento que você está de regata e chinelo você não pode entrar em um shopping de luxo, onde são vendidas somente peças caras, pois suas roupas Irao te definir
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