Leia o poema de Affonso Romano de Sant’Anna e responda à questão.
Entrevista
Telefonam-me do jornal:
– Fale de amor –
diz o repórter,
como se falasse
do assunto mais banal.
– Do amor? – Me rio
informal. Mas
ele insiste:
– Fale-me de amor –
sem saber, displicente,
que essa palavra
é vendaval.
– Falar de amor? – Pondero:
o que está querendo, afinal?
Quer me expor
no circo da paixão
como treinado animal?
– Fala... – insiste o outro
– Qualquer coisa.
Como se o amor fosse
“qualquer coisa”
prá se embrulhar no jornal.
– Fale bem, fale mal,
uma coisa rapidinha
– ele insiste, como se ignorasse
que as feridas do amor
não se lavam com água e sal.
Ele perguntando
eu resistindo,
porque em matéria de amor
e de entrevista
qualquer palavra mal dita
é fatal.
SANT’ANNA, Affonso Romano de. Poesia reunida: 1965-1999. v. 2. Porto Alegre: L&PM, 2004. p. 187.
Pode-se inferir que, para o eu lírico, o amor:
a
é um sentimento violento, mas muito banal para ser notícia.
b
deve ser vivido, mas não comentado.
c
não é um tema suficientemente sério para entrevistas.
d
pertence ao âmbito privado e não deve ser exposto como espetáculo público.
e
é um assunto sem importância para se discutir.
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d
pertence ao âmbito privado e não deve ser exposto como espetáculo público.
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Resposta: não é um tema suficientemente sério para entrevistas.
d
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