Leia o poema a seguir. Murmúrios Pousa num ramo um sopro de agonia dos que morrem (sem saber) em nosso coração. Suspira a noite no vento vadio. Amados mortos: tentais dizer o quanto amais ainda? FLUSSER, Vilém Flusser. Murmúrios. Tradução de Dora Ferreira. In: Dora Ferreira da Silva. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999. p. 319. No poema:
A a noite, personificada, lamenta a morte dos amigos do eu lírico.
B os sons noturnos do vento são interpretados como possíveis declarações de amor dos mortos.
C os murmúrios da noite são lamentos dos espíritos, inconformados com a morte.
D o eu lírico amedronta-se, assombrado pelas vozes dos espíritos que vagam pela noite.
Soluções para a tarefa
Resposta:
b
Explicação:
A alternativa A está incorreta porque os sons do vento não são apresentados como voz da noite, mas dos próprios mortos; a C, porque o poema não fala de inconformidade com a morte, ou da não aceitação do estado de morte, mas do desejo de que os vivos compreendam que eles, os mortos, ainda são capazes de amar; a D, porque não há no poema qualquer sugestão de que o sujeito lírico tenha medo das vozes. Os dois últimos versos fundamentam a interpretação apresentada na alternativa b. Na correção, pode-se discutir a interpretação da primeira estrofe: o sopro de agonia tem como causa o fato de os mortos não aceitarem morrerem no coração dos amigos que continuam vivos.
No poema "Murmúrios", os sons noturnos do vento são interpretados como possíveis declarações de amor dos mortos. Por este motivo, a alternativa correta é a letra B.
Análise das afirmações sobre o poema "Murmúrios"
- A - ERRADA, porque os sons do vento são apresentados ao leitor como oriundos dos mortos.
- B - CORRETA, uma vez que os sons do vento seriam declarações de amor dos mortos.
- C - ERRADA, pois não há divagação sobre lamentações por parte dos espíritos, mas apenas o desejo dos mortos de amar.
- D - ERRADA, visto que o eu lírico não afirma em nenhum momento que tem medo das vozes dos espíritos.
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