Leia o fragmento do Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira, para responder à questão.
Suposto que o céu é pregador, deve de ter sermões e deve de ter: palavras. Sim, tem, diz o mesmo David; tem palavras e tem sermões; e mais, muito bem ouvidos. [...] E quais são estes sermões e estas palavras do céu? — As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. [...] O pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas: [...] Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário?
VIEIRA, Pe. Antônio. Sermão da Sexagésima (1655).
Relacionando o trecho do sermão com as tendências do barroco literário, é correto afirmar que
Soluções para a tarefa
A Vieira condena os excessos da tendência cultista do barroco e constrói um texto claro e direto, sem malabarismos linguísticos elaborados.
B o texto discute o estilo utilizado pelos pregadores e defende a tendência cultista de utilização de figuras de linguagem como importante recurso no processo de persuasão dos fiéis.
C Vieira defende o cultismo e o uso de ideias opostas na construção do raciocínio do pregador, condenando a organização e frieza conceptista.
D ainda que Vieira seja defensor de um sermão organizado “como as estrelas” em uma perspectiva conceptista, seu próprio texto traz elementos cultistas evidentes como a utilização de palavras “em fronteira com o seu contrário”.
E a discussão proposta por Vieira contrapõe cultismo e conceptismo e defende o segundo em detrimento do primeiro, aplicando suas ideias na elaboração de um texto sem exageros e virtuosismos linguísticos.
Sobre o texto do Padre Vieira, a resposta certa é a:
C Vieira defende o cultismo e o uso de ideias opostas na construção do raciocínio do pregador, condenando a organização e frieza conceptista.
Isso porque o referido padre utilizava seus poemas e seu conhecimento sobre a bíblia como uma forma de criticar as pessoas da época sendo o referido movimento denominado de barroco.
Importante notar que o padre foi bem além nas suas críticas falando sobre a questão da hipocrisia das pessoas que vivam num meio social que tinha muitas brigas por poder, dinheiro, em que a sociedade não seguia os moldes da religião que pregava.
espero ter ajudado!