Leia o excerto abaixo, escrito por José de Alencar em 1872. V – O samba Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar-se. Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco. [...] ALENCAR, José de. Til. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2012. O texto descreve uma festa em uma senzala, na qual os escravos dançam com grande desenvoltura. Como podemos explicar a permanência de manifestações culturais afro-brasileiras diante da violência do regime escravista?
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A cultura africana resistiu em meio ao processo de aculturação. O candomblé, a capoeira, a congada, o samba e outras manifestações culturais do Brasil atual permitem constatar a permanência de elementos da cultura africana que resistiram ao processo colonizador.
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