Leia o excerto abaixo de Assim Falou Zaratustra, de Friedrich Nietzsche: "Aos que desprezam o corpo quero dizer-lhes a minha opinião. Não devem mudar de preceito, nem de doutrina, mas, simplesmente desfazerem-se do corpo, o que lhes tornará mudos. " 1. Sobre o texto acima, é correto afirmar que: * 1 ponto a) Nietzsche elogia os desprezadores do corpo, pois para ele o verdadeiro conhecimento encontra-se na razão. B) Nietzsche critica o racionalismo iluminista e o predomínio da razão em detrimento do corpo. C) Como Nietzsche utiliza aforismos em suas obras, não há nenhuma interpretação possível a este excerto. D) Nietzsche refere-se às crenças religiosas e a dificuldade em ir além dos impulsos do corpo.
Soluções para a tarefa
Resposta:1) Nietzsche foi um grande crítico do racionalismo em todas as suas vertentes. Logo, a alternativa B está correta: Nietzsche busca a re-valorização do corpo.
2) Textos filosóficos devem se atentar com rigor aos argumentos e ao relato de confiança na realidade que se quer passar. Logo, a alternativa D está correta.
Para Nietzsche, em termos gerais, é o conhecimento que deve estar submetido à vida. Sócrates, como o próprio grego se dizia, era um discípulo de Apolo. Nietzsche considerava-se o último discípulo de Dioniso.
Apolo e Dioniso formam um contraste. Há uma tensão simbolizada entre eles.
O apolíneo é a visão do sonho, a tentativa de expressar o sentido das coisas na medida e na moderação, com equilíbrio e de forma limpa. O apolíneo simboliza:
racionalismo
o onírico
unidade de expressões
dialética
distanciamento da música de cítara
Já o dionisíaco simboliza:
força instintiva
embriaguez criativa
paixão sensual
múltiplas expressões
desmesura
êxtase
música épica e violenta
Ainda que considere ambas as figuras necessárias, Nietzsche não as iguala de modo algum. Os pré-socráticos, para Nietzsche, possuíam ainda uma espécie de valor poético em suas sentenças, valor este abandonado com a rigorosa investigação racional instaurada por Sócrates.
O "Crepúsculo dos ídolos" é o ocaso dos ídolos filosóficos, mais precisamente Platão e Sócrates, que representam, para Nietzsche o lado apolíneo da filosofia. Os "golpes do martelo", assim, formam o método crítico e ácido que Nietzsche exerce a derrubada destes ídolos históricos, por meio de seus aforismos.
Para Nietzsche, o conhecimento e o desejo de poder ou a vontade de dominação estão interligados (LETRA B).
De acordo com o pensamento do filósofo Nietzsche, o saber liga-se à vontade de potência do homem e do quanto ele domina o que foi capitado.
Em outras palavras, o homem conhece aquilo que é lhe de interesse e sua ânsia pelo conhecimento vai de encontro com as coisas que podem ser dominadas por ele.
Para Nietzsche, o homem quer ser forte o tempo todo. Ele utiliza da sua ação e da sua criatividade para dominar os mais fracos. E a fraqueza é um sinal de ressentimento e de não aceitação do amor fati (amor ao destino).
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