Leia o excerto a seguir:
Depois de ter dito isso, ficou atrás do português e bateu-lhe na nuca de tal forma que o derrubou no chão e, quando ele estava caído, deu-lhe mais um golpe que o matou. Pegaram então um dente de coelho, começaram a retirar-lhe a pele e carregaram-no pela cabeça e pelos pés até as chamas da fogueira. Depois disso, esfregaram-no todo com as mãos de modo que o que restava de pele saiu e só restou a carne branca. Então cortaram-lhe a cabeça, deram-na ao jovem que o tinha matado e retiraram as vísceras e deram-nas às mulheres. Em seguida, o desmembraram pelas juntas: primeiro as mãos, depois os cotovelos e assim o corpo todo. Mandaram a cada casa um pedaço e começaram a dançar enquanto todas as mulheres preparavam uma enorme quantidade de vinho. No dia seguinte ferveram cada junta num caldeirão de água para que as mulheres e as crianças tomassem do caldo. Durante três dias nada fizeram a não ser dançar e beber dia e noite. Depois disso mataram outro da mesma maneira que lhes contei, e assim foram devorando todos menos eu. (KNIVET, 2007, p. 119-120)
KNIVET, A.. As incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet: memórias de um aventureiro inglês que em 1591 saiu de seu país com o pirata Thomas Cavadish e foi abandonado no Brasil, entre índios canibais e colonos selvagens. Tradução de Lessa de Sá. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007.
O relato acima descreve a visão de um viajante europeu do século XVI ao relatar o ritual da Antropofagia por grupos indígenas que viviam no território do atual Brasil. Para os praticantes desse ritual, alimentar-se de carne humana carregava significados como o de adquirir, por meio da alimentação, as características e propriedades do sacrificado ou, ainda, de vingança por conflitos passados, não sendo mera prática “bárbara” e “selvagem” de canibalismo como identificado pelos europeus que presenciaram tais rituais. Acerca da perspectiva europeia contida nesses relatos, podemos afirmar que se constitui em uma visão:
Estruturalista.
Marxista.
Pós-moderna.
Etnocêntrica.
Relativista.
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Resposta:
Etnocêntrica.
Explicação:
corrigida no Ava
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