Leia mais um trecho da entrevista de Spielberg
[...]
De onde vem a fascinação com o mito de Peter Pan, que você cita em E.T., O Extraterrestre e ao qual você retornou com Hook, a Volta do Capitão Gancho?
Spielberg: – Eu sempre fui fascinado pela história de Peter Pan, desde criança. Minha mãe me leu a história quando eu tinha, não sei, uns três anos. Nos meus onze anos eu dirigi uma versão mais curta da peça de James Barrie na minha escola — por isso é que incluí aquela cena no início de Hook, a Volta do Capitão Gancho. Ou seja, venho dirigindo essa história há muito, muito tempo...
De certo modo, é curioso que você não tenha feito há mais tempo um filme sobre Peter Pan.
Spielberg: – Exatamente. Eu ia fazer esse filme em 85. Comprei os direitos da peça Peter Pan, e já estava prestes a começar a filmar uma versão cinematográfica bastante fiel à peça quando algo muito sério aconteceu: meu primeiro filho nasceu. Num instante, minha cabeça mudou. Eu não podia mais ser Peter Pan. Eu tinha que ser um pai. Meu filho, de certo modo, tirou minha infância de mim: eu me tornei a cópia perfeita de meu pai e da minha mãe, com todos os clichês possíveis da paternidade. Essa, literalmente, foi a razão pela qual não fiz o filme na época. Eu já tinha começado a desenhar os cenários e tudo. Eu me senti adulto, incapaz de contar a história do garoto que não queria crescer. Foram precisos muitos anos, e um roteiro novo, contando a mesma história com um ângulo adulto, para que eu me interessasse de novo por Peter Pan.
O que era, para você, particularmente fascinante na história? O fato de que Peter Pan é “o menino que não queria crescer”?
Spielberg: – Para mim ele simboliza o poder da imaginação — essa é, para mim, a metáfora escondida no ato de voar. As pessoas hoje em dia estão perdendo a imaginação. Estão interpretando “crescer” como sinônimo de “perder a imaginação”. E todos nós morremos de medo de crescer. Mas acho que, sobretudo, para mim, é a noção de que ele voa, de que ele pode voar. Talvez porque eu seja ao mesmo tempo fascinado e aterrorizado pela ideia do voo — ao ponto de que, em todos os meus filmes, alguém em geral acaba voando, de um jeito ou de outro. Para mim, Peter Pan foi o super-herói original — não importa quem veio depois, Super-Homem, Batman, ou mesmo o E.T.: quem voou em primeiro lugar, para mim, foi Peter Pan.
[...]
(In BAHIANA, Ana Maria. A luz da lente: Conversa com 12 cineastas contemporâneos. São Paulo, Globo, 1996)
Após a leitura do trecho da entrevista, responda:
a) Para Spielberg, qual a característica mais fascinante de Peter Pan? Por quê?
b) Qual é, para o cineasta, o grande defeito dos adultos?
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rafadutra882:
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a) Para Spielberg, a característica mais fascinante de Peter Pan é a capacidade de voar, porque ela representa o poder da imaginação e a liberdade.
b) O grande defeito dos adultos é a perda do poder da imaginação.
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a) Para Spielberg, a característica mais fascinante de Peter Pan é a capacidade de voar, porque ela representa o poder da imaginação e a liberdade.
b) O grande defeito dos adultos é a perda do poder da imaginação.
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