Leia esta crônica: A volta (I) Da janela do trem o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus olhos se enchem de lágrimas. Trinta anos. Desce na estação — a mesma do seu tempo, não mudou nada — e respira fundo. Até o cheiro é o mesmo! Cheiro de mato e poeira. Só não tem mais cheiro de carvão porque o trem agora é elétrico. E o chefe da estação, será possível? Ainda é o mesmo. Fora a careca, os bigodes brancos, as rugas e o corpo encurvado pela idade, não mudou nada. O homem não precisa perguntar como se chega ao centro da cidade. Vai a pé, guiando-se por suas lembranças. O centro continua como era. A praça. A igreja. A prefeitura. Até o vendedor de bilhetes na frente do Clube Comercial parece o mesmo. — Você não tinha um cachorro? — O Cusca… Claro. A velha Voluntários. Sua casa está lá, intacta. Ele sente vontade de chorar. A cor era outra. Tinham mudado a porta e provavelmente emparedado uma das janelas. Mas não havia dúvida, era a casa da sua infância. Bateu na porta. A mulher que abriu lhe parecia vagamente familiar. Seria... — Titia? — Puluca! — Bem, meu nome é... — Todos chamavam você de Puluca. Entre. Ela lhe serviu licor. Perguntou por parentes que ele não conhecia. Ele perguntou por parentes que ela não se lembrava. Conversaram até escurecer. Então ele se levantou e disse que precisava ir embora. Não podia, infelizmente, demorar-se em Riachinho. Só viera matar a saudade. A tia parecia intrigada. — Riachinho, Puluca? — É, por quê? — Você vai para Riachinho? Ele não entendeu. — Eu estou em Riachinho. — Não, não. Riachinho é a próxima parada do trem. Você está em Coronel Assis. — Então eu desci na estação errada! Durante alguns minutos os dois ficaram se olhando em silêncio. Finalmente a velha perguntou: — Como é mesmo o seu nome? Mas ele já estava na rua, atordoado. E agora? Não sabia como voltar para a estação, naquela cidade estranha. (Luis Fernando Verissimo. Seleção de crônicas do livro Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 16-8.) Reúna-se com seus colegas de grupo e, juntos, concluam: Quais são as principais características da crônica de humor? Respondam, levando em conta os critérios a seguir. • finalidade de gênero: • perfil dos interlocutores: • suporte/veículo: • tema:
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Resposta:
A crônica de humor tem como principal objetivo levar ensinamentos cotidianos ou não levando em conta o tom engraçado, humorístico.
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As principais características de uma crônica de humor são frases de humor crítico, sarcástico e irônico. Além disso, uma crônica de humor possui linguagem simples e acessível a todos os leitores.
Características de crônicas de humor
A crônica humorista usa linguagens irônicas cujo objetivo é fazer o leitor dar risada. Contudo, alguns estilos de crônicas de humor também podem estar relacionadas a assuntos políticos, mas nesse caso, são usados principalmente as características sarcásticas e críticas.
Características das crônicas de humor:
- Linguagem simples e acessível;
- Conteúdo irônico e sarcástico;
- Críticas sagazes sobre diversos assuntos.
Entenda mais sobre crônicas em: https://brainly.com.br/tarefa/5730054
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Anexos:
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