Leia atentamente os excertos abaixo: “21. Erram os pregadores de indulgências quando dizem que pelas indulgências do papa o homem fica livre de todo o pecado e que está salvo.” “27. Enganam-se os homens que dizem que, logo que a moeda é lançada na caixa, a alma voa (do Purgatório).” “36. Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem plena remissão do castigo e do pecado; ela é lhe devida sem indulgências.” “95. É preciso exortar os cristãos a esperar entrar no céu mais por verdadeira penitência do que por uma ilusória tranquilidade de espírito.”
1. Os excertos acima fazem parte de um documento representativo da Reforma Protestante que é: a) a Confissão de Augsburgo, de Martinho Lutero e Felipe Melanchton. b) a Instituição da religião cristã, de João Calvino. c) o Ato de Supremacia, de Henrique VIII. d) as 95 Teses de Wittenberg, de Martinho Lutero.
Soluções para a tarefa
Resposta:
d) as 95 Teses de Wittenberg, de Martinho Lutero.
Explicação:
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Como o próprio numeral do último excerto mostra, trata-se das 95 teses de Wittenberg, de Martinho Lutero. Logo, a alternativa D é a correta. Elas são de 1517.
Os elementos básicos da teologia de Lutero são os seguintes:
1- Doutrina da justificação radical do homem unicamente pela fé
2- Doutrina da infalibilidade da Escritura, considerada como a única fonte de verdade
3- Doutrina do sacerdócio universal e a decorrente doutrina do livre-exame das Escrituras.
A doutrina da justificação da Igreja era e é a de que o homem se salva pela fé e pelas obras. Lutero contestou energicamente o valor das obras. Bastaria a fé, que “justifica sem obra alguma”. Lutero não apenas corrigiu os abusos ligados à pregação das indulgências, mas também cortou pela base o seu próprio fundamento doutrinário, com gravíssimas consequências.
Tudo o que sabemos de Deus e da relação homem-Deus nos é dito pelo próprio Deus na Escritura. Esta, portanto, deve ser entendida com rigor absoluta. O papa, os bispos, os concílios e toda a tradição não somente não beneficiam, mas até obstaculizam a compreensão do texto sacro. Na Bíblia, os humanistas procuravam algo diferente do que Lutero buscava: com efeito, os primeiros queriam encontrar nela um código de comportamento ético, as normas da vida moral, ao passo que Lutero queria encontrar a justificação da fé, diante da qual (como ele a entendia), considerado em si mesmo, o código moral perde qualquer significado.
Lutero busca a noção de que todo homem pode pregar a palavra de Deus, eliminando assim a distinção entre “clero” e “laicato”, embora não seja eliminado o ministério pastoral enquanto tal, indispensável em uma sociedade organizada. O problema decorrente disso é que a liberdade de interpretação abriu caminho para uma série de perspectivas não desejadas por Lutero, que, pouco a pouco, foi se tornando dogmático e intransigente, pretendendo, em certo sentido, ser dotado daquela “infalibilidade” que havia contestado ao papa. Não por acaso ele foi chamado de “o papa de Wittenberg”.
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