Leia atentamente o texto a seguir.
“Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. Não me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva.
Não estou me referindo muito a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase impossível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação.
Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva.
Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada.
Que pena que só sei escrever quando espontaneamente a "coisa" vem. Fico assim à mercê do tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro, podem-se passar anos.
Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros”. (Clarice Lispector. A descoberta do mundo)
O texto que você leu, é um texto:
Narrativo, porque narra um acontecimento.
Descritivo, porque apresenta características da autora.
Descritivo/narrativo, porque narra e descreve os sentimentos da autora.
Jornalístico, porque trata-se de uma entrevista concedida a um jornal.
Dissertativo, porque expõe o ponto de vista da autora.
Soluções para a tarefa
O texto lido é um texto:
Dissertativo, porque expõe o ponto de vista da autora.
Explicação:
Nesse texto, a autora Clarice Lispector expõe sua opinião sobre o ato de escrever, como fica claro em trechos como "escrever é uma maldição", "mas uma maldição que salva", "é uma salvação".
Clarice demonstra seu descontentamento em escrever sob encomenda, a escrever para jornal.
Para ela, escrever um conto ou um romance é, simultaneamente, uma maldição "porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase impossível se livrar, pois nada o substitui", mas também uma salvação, porque "Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva".
Por tudo isso, trata-se de um texto dissertativo, já que apresenta a defesa de um ponto de vista.
Não há narração de acontecimentos (ações, personagens, etc) nem descrição (apresentação de atributos físicos e psicológicos de alguém ou relação de características de uma coisa ou lugar).
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