Leia atentamente o poema a seguir:
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
(Oswald de Andrade)
Assinale a alternativa que traz uma afirmação sustentada pelo poema e em conformidade com o conceito de variação linguística.
(Ref.: 202006968088)
O poema, ao tratar de uma variedade linguística desprestigiada socialmente, estigmatiza essa variante linguística e desvaloriza o trabalho das pessoas mais simples ao revelar a incapacidade delas.
As pronúncias retratadas no poema estão fora da norma gramatical e impedem qualquer comunicação ou entendimento.
O poema apresenta construções da língua portuguesa que são típicas de falantes de classes sociais menos escolarizadas.
A pronúncia distinta da norma culta impede tanto a comunicação quanto a construção dos telhados.
As pronúncias retratadas no poema estão de acordo com a ortoepia, ou seja, com o que estabelece a norma gramatical.
Soluções para a tarefa
Resposta:
C
Explicação:
A está errada pois o poema não desvaloriza o trabalho das pessoas e não revela incapacidade alguma, B está errada pois as pronúncias não impedem comunicação ou entendimento, D está errada pois a pronúncia não impede a comunicação nem construção de telhados, E está errado pois as pronúncias NÃO estão de acordo com a ortoépia.
A afirmação sustentada pelo poema e que está em conformidade com o conceito de variação linguística é:
C) O poema apresenta construções da língua portuguesa que são típicas de falantes de classes sociais menos escolarizadas.
Variação linguística
O poema de Oswald de Andrade põe em foco o linguajar caipira, destacando construções linguísticas típicas do falante sertanejo e com baixa escolaridade.
As formas "mio" ("milho"), "pió" ("pior"), "teia" ("telha"), "teiado" ("telhado") estão em desacordo com a norma padrão. Apesar disso, o uso dessas formas não impede a comunicação ou entendimento.
O verso final "E vão fazendo telhados" valoriza o trabalho dessas pessoas. Falar diferente da norma culta não impede o trabalho e a contribuição social desses falantes.
As pronúncias retratadas no poema NÃO seguem o que recomenda a ortoepia.
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