Leia a seguir os versos de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Leitura e análise de texto Canto I As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De Africa e de Asia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando, Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte. [...] E, enquanto eu estes canto – e a vós não posso, Sublime Rei, que não me atrevo a tanto –, Tomai as rédeas vós do Reino vosso: Dareis matéria a nunca ouvido canto. Comecem a sentir o peso grosso (Que polo mundo todo faça espanto) De exércitos e feitos singulares, De Africa as terras e do Oriente os mares. [...] Canto VII [...] Ele [o Mouro] começa: [...] "Deus, por certo, vos traz, porque pretende Algum serviço seu por vós obrado; Por isso só vos guia e vos defende Dos imigos, do mar, do vento irado. Sabei que estais na Índia, onde se estende Diverso povo, rico e prosperado De ouro luzente e fina pedraria Cheiro suave, ardente especiaria. [...]" 2. Escreva com suas palavras o significado de cada oitava (agrupamento de oito versos).
Soluções para a tarefa
Podemos afirmar que a primeira oitava disposta no enunciado, cuja qual trata-se justamente das primeiras linhas do poema de Camões, discorrem sobre o percurso das grandes navegações (''Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana''), já permeando uma ideia do rumo que os versos irão tomar.
Ao inserir na primeira oitava o verso ''Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar engenho e arte'' o poeta se compromete a contar a história que homenageia o povo português, evidenciando os perigos e guerras que passaram para promover o Império da Fé.
O segundo verso trata-se da estrofe 31 do Canto VII. Das estrofes 28 até a 41 é versado o regresso de dois dos personagens à frota de Vasco da Gama.
Espero ter ajudado, bons estudos.
Os trechos assinalados da obra Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, exprimem:
Canto Primeiro, oitava 1: As navegações portuguesas foram realizadas por homens corajosos, que saíam do mar português, passando pelo Sri Lanka (Taprobana, ilha no Mar Índico), conquistando locais novos e longínquos que eram anexados ao reino português.
Canto Primeiro, oitava 2: Camões relembra as conquistas em cima dos muçulmanos pelos antigos reis, na terras África como na Ásia, disseminando a fé católica e o reino português, que devem ser relembrados pelos homens que ali lutaram.
Canto Primeiro, oitava 15: O poeta exalta alguns heróis e reis nas oitavas passadas e incita o jovem rei de Portugal (Sebastião I) a continuar as conquistas dos antigos monarcas. Assim, fala dos feitos que foram realizados antes para assim informar aquele rei.
Canto Sétimo, oitava 31: O mouro fala que Deus tem um propósito da chegada daqueles marinheiros portugueses, pois Ele os guia e os defende. E descreve a Índia, lugar de riquezas e cheiro de especiarias, em que os homens do mar chagaram.
Os Lusíadas
A obra é uma epopeia que celebra as conquistas portugueses nas expansões marítimo-comerciais. O período das grandes navegações é destacado pelo desempenho português no Oriente, principalmente com a chegada nas Índias.
O poeta português Luís Vaz de Camões (1524 - 1580) publicou a obra em 1572, no durante o classicismo literário, quando retornou de uma viagem do Oriente. Acredita-se que passou 15 anos produzindo a epopeia lusitana.
É composta por cantos (dez cantos) e 1.102 estrofes em oitavas, relatando conquistas portuguesas, a história lusitana e a glorificação daqueles responsáveis pelas conquistas. Possui traço patriótico muito forte.
Camões era um intelectual do Renascimento tardio (Classicismo), que buscou resgatar a antiguidade clássica greco-latina produzindo uma obra lírica que o tornou o maior nome da língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal, comparando-se aos gênios Miguel de Cervantes (autor de Dom Quixote de La Mancha) e Shakespeare (prolífico dramaturgo, autor de Hamlet e Romeu e Julieta).
O rei da época, ao qual Camões incita durante os versos, é o rei D. Sebastião I, que na época da publicação estava com apenas 18 anos. Seu reinado finaliza com sua morte aos 24 anos em combate, em 1578. O rei dedica ao poeta uma quantia anual pela obra, que acabou não sendo paga pontualmente.
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