Português, perguntado por Usuário anônimo, 1 ano atrás

Leia a seguir dois poemas de Manuel Bandeira.Texto IPorquinho-da-ÍndiaQuando eu tinha seis anosGanhei um porquinho-da-índia.Que dor de coração me davaPorque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!Levava ele pra salaPra os lugares mais bonitos mais limpinhosEle não gostava:Queria era estar debaixo do fogão.Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... - O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada. Texto II Neologismo Beijo pouco, falo menos ainda.Mas invento palavrasQue traduzem a ternura mais fundaE mais cotidiana.Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.Intransitivo:Teadoro, Teodora.
​BANDEIRA, M. Meus poemas preferidos. São Paulo: Ediouro, 2002.
Manuel Bandeira é poeta do Modernismo brasileiro. Sua poesia revela a simplicidade do cotidiano de uma forma delicada e leve. Considerando essas informações acerca da poética de Bandeira, analise os poemas supracitados e, depois, em um texto dissertativo argumentativo de no mínimo 10 e no máximo 20 linhas, explique os elementos do cotidiano presentes nos dois textos e de que modo, quanto à linguagem e à estrutura, o poeta se enquadra dentro da perspectiva modernista.

Soluções para a tarefa

Respondido por angelicaaldspa6awv
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Olá, tudo bem?



Poema completo:


Quando eu tinha seis anos

Ganhei um porquinho-da-índia.

Que dor de coração me dava

Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!

Levava ele prá sala

Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos

Ele não gostava:

Queria era estar debaixo do fogão.

Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...


- O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.


(Manuel Bandeira)


O poema de Manuel Bandeira incorpora os valores do modernismo ao adotar a versificação livre, isto é, não metrificada. Podemos percebê-lo pelo uso de versos mais longos como “Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!” e versos mais curtos como “Ele não gostava:” e pela despreocupação com as rimas.


A linguagem adotada é totalmente informal e coloquial. Termos como “ternurinhas” e “bichinho”, formas do diminutivo, expressam essa aproximação da língua falada. O eu-lírico também usa de uma pontuação não muito comum em poemas até então, como a inserção de pontos de exclamação, reticências e dois pontos.


Outro fator importante é a matéria tratada, que não aborda temas elevados como o a Verdade e o Belo, por exemplo. Nem questões morais ou éticas. O foco recai, então, sobre o dia a dia do poeta, sua infância e os causos de sua vida. Aqui, trata-se do porquinho-da-índia que o eu-lírica tinha da infância. A insignificância do tema era uma constante no movimento modernista, principalmente na poética de Manuel Bandeira.


Espero ter ajudado! (:

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