Leia a crônica abaixo para responder as questões relacionadas abaixo.
Assaltos Insólitos
Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É igual certos incidentes de viagem, que quando acontecem deixam a gente aborrecidíssimo, mas depois, narrados aos amigos num jantar, passam a ter um sabor de anedota.
Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais, mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o desconforto da situação.
Pois lá estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade, quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos.
Mal teve tempo de tomar uma atitude de honra e já ouvia:
- É um assalto, fica quieto senão leva chumbo.
Ele já se preparava para toda a sorte das tragédias quando um dos ladrões pergunta:
- Cadê o patrão?
Num rasgo de criatividade respondeu:
- Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta.
- Então vamos lá dentro, mostre tudo.
Fingindo-se então, de empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua cara, começou a dizer:
- Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão. Paga mal é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha se eu fosse vocês levava aquele som também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de bombons, que o patrão é tarado por bombom.
Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados.
Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos.
Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo.
SANTANNA, Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS.
São Paulo: Ática 1995. (Coleção Para gostar de ler).
Vocabulário:
Adentra: entrar; penetrar
Insólito: incrível; extraordinário
Incidentes: episódio; acontecimento desagradável; tumulto.
Anedota: relato curto de um fato engraçado; particularidade engraçada.
Terapêutica: [Medicina] Parte da medicina que ensina a tratar as doenças e a aplicar os medicamentos. = TERAPIA
Tragédia: [Figurado] Cena ou acontecimento triste, grave ou perigoso = catástrofe, desgraça
1- Nesse texto há presença de um narrador: *
1 ponto
Narrador-personagem, pois conta a história em 1ª pessoa e também participa como personagem.
Narrador-observador, pois conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações.
Narrador-onisciente, pois conta a história em 3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa.
2- Releia os trechos abaixo e marque se é discurso direto ou indireto: *
2 pontos
“Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em sua casa”. “- Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta.” “Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados.” “Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos.” “- Então vamos lá dentro, mostre tudo.”
Discurso direto
Discurso indireto
Discurso direto
Discurso indireto
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acho que todas são asgfdjhg
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1- Narrador-onisciente, pois conta a história em 3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa.
2- São na minha visão os dois discursos, mas acho que seria o discurso direto
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