Karl Popper sofre influência dos teóricos do chamado Círculo de Viena, mas se afasta deles por: *
1 ponto
a) Questionar o critério da verificabilidade, propondo a indução como método científico.
b) Questionar o critério da refutabilidade, propondo a verificabilidade para a identificação de proposições científicas.
c) Questionar o critério da verificabilidade, propondo o método hipotético-dedutivo e o princípio da refutabilidade na construção do conhecimento científico.
d) Questionar os paradigmas, propondo a construção da ciência pelo saber especulativo.
Soluções para a tarefa
Resposta:A resposta é a C
Explicação:
O que afasta Popper o Círculo de Viena e do neopositivismo foi a mudança de parâmetro - do da verificabilidade para o da falseabilidade. Logo a alternativa C é a correta.
Para o Círculo de Viena, o conhecimento parte de uma observação dos fatos. Seu princípio fundamental é o chamado princípio da verificabilidade.
O principio de verificação constitui o critério de distinção entre proposições sensatas e proposições insensatas, de modo que tal principio se configura como critério de significância que delimita a esfera da linguagem sensata da linguagem sem sentido que leva à expressão o mundo das nossas emoções e dos nossos medos.
Com base nesse principio, só tem sentido as proposições possíveis de verificação empírica ou factual, vale dizer, as afirmações das ciências empíricas.
- A matemática e a lógica constituem somente conjuntos de tautologias, convencionalmente estipuladas e incapazes de dizer algo sobre o mundo
- A metafísica, juntamente com a ética e a religião, não sendo constituídas por conceitos e proposições factualmente verificáveis, são um conjunto de questões aparentes que se baseiam em pseudoconceitos.
O trabalho que resta ao filósofo sério é o da análise semântica (relação entre linguagem e realidade à qual a linguagem se refere) e da sintática (relações dos sinais de uma linguagem entre si) do único discurso significante, isto é, do discurso científico
Por isso, a filosofia não é doutrina, mas sim atividade: atividade clarificadora da linguagem.
Foi com base nesse princípio que os neopositivistas decretaram a insensatez de toda afirmativa metafísica e teológica, sustentando, ademais, a redução das normas éticas a um conjunto de emoções.
Viena constituía terreno particularmente adequado par ao desenvolvimento das ideias neopositivistas, em virtude do fato de que, durante a segunda metade do século XIX, o liberalismo (e suas relações com o iluminismo, empirismo e utilitarismo) representava a orientação política predominante.
Já o critério de avaliação das teorias científicas empregado por Popper é o critério da falseabilidade.
Popper substituiu o principio de verificação (que é principio de significância) pelo critério de falseabilidade (que é critério de demarcação entre ciencia e não-ciencia). Diversamente do principio de verificação, o critério de falseabilidade não é critério de significância, mas, repito, critério de demarcação entre assertivas empíricas e assertivas não empíricas. Entretanto, dizer que uma assertiva ou um conjunto de assertivas não é científico não implica em absoluto dizer que ele é insensato.
O critério de Popper é o critério de demarcação destinado a demarcar sistemas de assertivas científicas dos sistemas perfeitamente significantes de assertivas metafísicas. Na realidade, os neopositivistas tentaram eliminar a metafísica lançando-lhe impropérios. Mas, com o seu princípio de verificação, reintroduziram a metafísica na ciência enquanto as próprias leis da natureza não são verificáveis
A ciência, contudo, não pode desfrutar de autoridade pública e obedecer ao princípio de falseabilidade ao mesmo tempo.
Tão logo uma hipótese científica é subscrita pelo Estado e se torna obrigatória por lei, ou é aceita pela sociedade e se torna crença geral, ela se furta ao princípio de falseabilidade e já não pode ser alterada senão pela ação de grupos de pressão e da propaganda em massa
Como diz o filósofo Olavo de Carvalho, sobre a autoridade pública que a comunidade científica exerce:
- Ademais, o princípio de falseabilidade é um saco sem fundo: não se pode alegar um fato contra uma generalização se esse fato não contém em si o germe de uma nova generalização ao menos implícita. E toda nova generalização é, como suas antecedentes, apenas uma hipótese provisória. Uma hipótese provisória pode durar um minuto, dois minutos, três dias, um século, e ser derrubada de repente. Mas se antes de ser derrubada ela já dispõe de autoridade pública e se torna fundamento de leis e instituições, a comunidade científica não tem o poder mágico de anular retroativamente as consequências.
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