Jovens no mercado de trabalho ( resumo )
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O comportamento dos jovens no mercado de trabalho brasileiro tem atraído muita atenção recentemente, pois a sua taxa de participação tem recuado significativamente. Como a taxa de desemprego é calculada com base nas pessoas que querem trabalhar, essa queda na participação tem ajudado a manter a taxa de desemprego baixa, apesar da diminuição no ritmo de crescimento da economia e no processo de geração de empregos. Afinal, o que explica esse comportamento dos jovens no mercado de trabalho? O que podemos prever para o futuro próximo, com os primeiros sinais de desaquecimento na economia aparecendo no horizonte?
A figura ao lado mostra o que aconteceu com os jovens de 15 a 24 anos de idade que moram com os pais nas últimas duas décadas, tanto no mercado de trabalho como na escola. O comportamento dos jovens pode ser analisado através da porcentagem dentre eles que só estuda; que estuda e está na PEA ao mesmo tempo (trabalhando ou procurando emprego); os que estão somente na PEA e aqueles que no momento da pesquisa não estavam estudando nem trabalhando (nem-nem). Os resultados são bastante interessantes.
A década de 90 (1992 e 1999) foi o período de inclusão de jovens na escola. Assim, a porcentagem de jovens que só estava na PEA declinou de 44% para 33% em apenas 7 anos. Interessante notar que em 1999 metade dos jovens estudantes também estava na PEA, ao passo que a outra metade (mais rica) somente estudava. Entre 1999 e 2005 houve um aumento da taxa de participação no mercado de trabalho, com redução do percentual de estudantes que só estudavam e também entre os que estudavam e trabalhavam ao mesmo tempo.
Porém, entre 2005 e 2013 a taxa de participação começou a declinar significativamente, passando de 63% para 53%. Isso ocorreu principalmente entre os jovens que costumavam trabalhar junto com a escola e que agora podem dedicar-se somente aos estudos. O que aconteceu?
Em primeiro lugar, vale notar que esse fenômeno tem ocorrido principalmente (mas não exclusivamente) com os jovens que ainda moram com os pais (70% deles). A explicação parece estar no fato de que entre 2005 e 2013 o salário médio dos pais desses jovens aumentou 33%. Além disso, a taxa de desemprego dos adultos diminuiu substancialmente. Em contraposição, no período em que a participação dos jovens aumentou (1999 e 2005), o salário médio dos pais permaneceu estagnado, assim como a taxa de desemprego. Entre 1992 e 1999, quando a taxa de participação dos jovens também declinou, o salário dos pais também aumentou bastante.
Ou seja, toda vez que o salário dos pais aumenta, a taxa de participação dos jovens diminui. Desta forma, nos períodos em que o mercado de trabalha melhora para os pais, os filhos podem ser dedicar mais aos estudos, sem necessidade de complementar a renda familiar. Nos anos 90, esse fato, juntamente com as reformas educacionais introduzidas nesse período, permitiu que os jovens mais pobres alcançassem mais anos de escolaridade. Na primeira metade dos anos 2000, com a piora do mercado de trabalho, os jovens passaram a trabalhar mais e estudar menos. Porém, mais recentemente, quando o mercado de trabalho passou a melhorar significativamente, a porcentagem de alunos que estudavam e trabalham ao mesmo tempo declinou, assim como a dos que só trabalhavam.
Quais as consequências dessa dinâmica? Parece claro que toda a vez que o salário médio dos adultos aumenta, a oferta de trabalho dos jovens declina em sequência, o que faz com a taxa de desemprego entre eles também caia. Como os jovens (de 15 a 24 anos) representam 40% dos desempregados num dado momento do tempo, isso afeta a taxa global de desemprego.
Vale notar que 70% dos jovens desempregados ainda moram com os pais e que 50% deles nunca trabalharam antes. Desta forma, o aumento de renda dos pais evita que os jovens tenham que ingressar no mercado de trabalho para complementar a renda familiar.
Será que isso vai aumentar a produtividade futura desses jovens, já que agora eles têm mais tempo livre? Isso dependerá do que eles estão fazendo com esse tempo livre. Será que eles estão fazendo mais deveres de casa ou jogando mais futebol?
De toda forma, isso implica que se a situação se reverter e o salário dos adultos menos qualificados começar a declinar, os jovens irão retornar para o mercado de trabalho, o que vai aumentar novamente o desemprego e, portanto, a taxa agregada de desemprego rapidamente. Pelo andar da carruagem, isso deve começar a acontecer em breve.
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O comportamento dos jovens no mercado de trabalho brasileiro tem atraído muita atenção recentemente, pois a sua taxa de participação tem recuado significativamente. Entre 1992 e 1999, quando a taxa de participação dos jovens também declinou, o salário dos pais também aumentou bastante. Ou seja, toda vez que o salário dos pais aumenta, a taxa de participação dos jovens diminui. Desta forma, nos períodos em que o mercado de trabalha melhora para os pais, os filhos podem ser dedicar mais aos estudos, sem necessidade de complementar a renda familiar.Vale notar que 70% dos jovens desempregados ainda moram com os pais e que 50% deles nunca trabalharam antes. Desta forma, o aumento de renda dos pais evita que os jovens tenham que ingressar no mercado de trabalho para complementar a renda familiar.