Joseph, um mecânico de 65 anos está prestes a se aposentar. A empresa onde trabalhou por 40 anos já o comunicou que até o final do mês ele deverá ser desligado do quadro de pessoal da empresa, já que a mesma não admite profissionais aposentados em sua folha.
A maior parte de sua vida Joseph passou na empresa e dedicava-se mais a ela que a sua própria família, desligando-se até mesmo de sua saúde. Além disso, ficava por longos períodos em viagens, socorrendo os caminhões da empresa que quebravam durante o trajeto. Assim, pouco ia em casa. Sua família, por outro lado, acostumou-se a viver sem Joseph em casa e seus filhos já se encontram crescidos, dois se casaram e dois moram fora para estudar. Joseph não se lembra da última vez que participou de um encontro em família ou de quando visitou um amigo.
Os últimos dias, após ter sido comunicado pelo seu chefe, têm sido de grande apreensão e angústia. Ele ainda não informou à esposa e aos filhos sobre sua nova condição. Já se imagina passando o dia inteiro de pijama, assistindo a programas chatos de TV, sem a rotina tumultuada de trabalho. Sua vida parece, agora, meio sem graça.
Diante do exposto, como a empresa pode auxiliar Joseph nesse momento de transição, visando prepará-lo para a sua fase pós-carreira?
Soluções para a tarefa
Padrão de resposta esperado
A situação vivenciada por Joseph demonstra a expressão de um profissional que desaprendeu nos diversos aspectos da vida, a se relacionar e a se comportar nos diferentes espaços sociais e relacionais.
Sendo assim, do ponto de vista ético, cabe às organizações a responsabilidade de promover a orientação, preparação ou reflexão sobre as mudanças que ocorrem nesse período. Nesse sentido, a realização de programas que buscam preparar os participantes para redescobrir e reafirmar suas identidades, bem como repensar concepções, tendo em vista o momento próximo de uma mudança, que culminará na ruptura com as atividades ou contexto de trabalho. Essa orientação possibilitará às pessoas alcançarem novas informações, percepções e sentimentos. Dentro dessa perspectiva, os programas de orientação para aposentadoria são oportunidades de desenvolvimento pessoal.
Um programa de preparação para aposentadoria possui como pressuposto o fato de que os participantes precisam ser orientados para esta nova fase em suas vidas, com o auxílio de um facilitador, que poderá diagnosticar possíveis problemas e apoiar na construção de caminhos ou soluções que julguem mais propícias às circunstâncias de cada indivíduo, podendo contemplar:
1- Orientação quanto ao novo momento de vida: resgatar valores, pensar sobre o ócio criativo, o que representa o desenvolvimento de atividades agradáveis, por meio da aplicação de novas ideias. É importante destacar que o fato de o aposentado encerrar formalmente sua vida laborativa em determinada organização por meio de um emprego, em geral remunerado, não significa o término total e definitivo de suas ações laborativas. Pode-se pensar em novas formas de trabalho, como o voluntariado.
2- Valorização e enriquecimento do tempo livre, decorrente de alta disponibilidade financeira para alguns e redução do tempo demandado de trabalho para muitos. Nesta etapa da vida, o tempo livre amplia-se significativamente, para que, de modo efetivo, o aposentado possa realizar o que de fato deseja. Seja por meio do aumento da sua disponibilidade financeira ou pela redução drástica do tempo que até então dedicava largamente a um emprego formal.
3. Distribuição do tempo entre atividades laborativas, saber e diversão, minimizando conflitos entre o aposentado e os demais, considerados significativos para ele. A condição de estar aposentado pressupõe, em princípio, a possibilidade de exercitar, de modo consciente, o livre arbítrio, de modo a compatibilizar atividades laborativas, momentos de aprendizado e de diversão, para que as pessoas, que de fato importam porque acrescentam, possam estabelecer com o aposentado uma convivência saudável e harmoniosa.
4. Valorização das necessidades fundamentais das pessoas, tais como o domínio pessoal, o convívio saudável, a amizade verdadeira, o amor sincero, a autorrealização e as atividades lúdicas. A aposentadoria, em decorrência das múltiplas características já citadas, é um momento propício para realizar mudanças pessoais profundas, que possam focar a atenção efetiva para tudo aquilo que de fato importa ou é relevante. É um momento oportuno para resgatar aspectos simples e importantes da vida, mas que fazem diferença significativa para a busca da felicidade humana. A condição de aposentado ou de estar vivenciando o momento da aposentadoria possibilita, em princípio, refletir sobre as relações até então por ele estabelecidas, entre espaços de vida no trabalho e as demais instâncias da sua vida pessoal. O que não foi possível reconfigurar até então, principalmente, em razão da exacerbação das atividades laborativas no cotidiano das pessoas parece, nesta etapa da vida, pelo menos em potencial, angariar viabilidade. Por exemplo: a revisão da qualidade das nossas relações com a família e amigos, os nossos hobbies e interesses além do trabalho, o voluntariado na comunidade e o cultivo da nossa espiritualidade, entre outras possibilidades. As atividades que podem ser consideradas essenciais, como o passeio de bicicleta com os filhos ou o cônjuge ou assistir a um filme com os amigos, adquirem possibilidade concreta nesta etapa da vida.
Nesse sentido, a orientação ou preparação representa uma tomada de consciência e busca de novas áreas de interesse para o indivíduo, propiciando a descoberta de potencialidades e a prevenção de conflitos. Ou seja, o término de uma carreira pode significar, dentro de uma perspectiva otimista ou positiva, oportunidades e foco nas potencialidades e qualidades dos seres humanos, até então adormecidas por múltiplas razões (Snyder e Lopez, 2009).
Resposta:
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A situação vivenciada por Joseph demonstra a expressão de um profissional que desaprendeu nos diversos aspectos da vida, a se relacionar e a se comportar nos diferentes espaços sociais e relacionais.
Sendo assim, do ponto de vista ético, cabe às organizações a responsabilidade de promover a orientação, preparação ou reflexão sobre as mudanças que ocorrem nesse período. Nesse sentido, a realização de programas que buscam preparar os participantes para redescobrir e reafirmar suas identidades, bem como repensar concepções, tendo em vista o momento próximo de uma mudança, que culminará na ruptura com as atividades ou contexto de trabalho. Essa orientação possibilitará às pessoas alcançarem novas informações, percepções e sentimentos. Dentro dessa perspectiva, os programas de orientação para aposentadoria são oportunidades de desenvolvimento pessoal.
Um programa de preparação para aposentadoria possui como pressuposto o fato de que os participantes precisam ser orientados para esta nova fase em suas vidas, com o auxílio de um facilitador, que poderá diagnosticar possíveis problemas e apoiar na construção de caminhos ou soluções que julguem mais propícias às circunstâncias de cada indivíduo, podendo contemplar:
1- Orientação quanto ao novo momento de vida: resgatar valores, pensar sobre o ócio criativo, o que representa o desenvolvimento de atividades agradáveis, por meio da aplicação de novas ideias. É importante destacar que o fato de o aposentado encerrar formalmente sua vida laborativa em determinada organização por meio de um emprego, em geral remunerado, não significa o término total e definitivo de suas ações laborativas. Pode-se pensar em novas formas de trabalho, como o voluntariado.
2- Valorização e enriquecimento do tempo livre, decorrente de alta disponibilidade financeira para alguns e redução do tempo demandado de trabalho para muitos. Nesta etapa da vida, o tempo livre amplia-se significativamente, para que, de modo efetivo, o aposentado possa realizar o que de fato deseja. Seja por meio do aumento da sua disponibilidade financeira ou pela redução drástica do tempo que até então dedicava largamente a um emprego formal.
3. Distribuição do tempo entre atividades laborativas, saber e diversão, minimizando conflitos entre o aposentado e os demais, considerados significativos para ele. A condição de estar aposentado pressupõe, em princípio, a possibilidade de exercitar, de modo consciente, o livre arbítrio, de modo a compatibilizar atividades laborativas, momentos de aprendizado e de diversão, para que as pessoas, que de fato importam porque acrescentam, possam estabelecer com o aposentado uma convivência saudável e harmoniosa.
4. Valorização das necessidades fundamentais das pessoas, tais como o domínio pessoal, o convívio saudável, a amizade verdadeira, o amor sincero, a autorrealização e as atividades lúdicas. A aposentadoria, em decorrência das múltiplas características já citadas, é um momento propício para realizar mudanças pessoais profundas, que possam focar a atenção efetiva para tudo aquilo que de fato importa ou é relevante. É um momento oportuno para resgatar aspectos simples e importantes da vida, mas que fazem diferença significativa para a busca da felicidade humana. A condição de aposentado ou de estar vivenciando o momento da aposentadoria possibilita, em princípio, refletir sobre as relações até então por ele estabelecidas, entre espaços de vida no trabalho e as demais instâncias da sua vida pessoal. O que não foi possível reconfigurar até então, principalmente, em razão da exacerbação das atividades laborativas no cotidiano das pessoas parece, nesta etapa da vida, pelo menos em potencial, angariar viabilidade. Por exemplo: a revisão da qualidade das nossas relações com a família e amigos, os nossos hobbies e interesses além do trabalho, o voluntariado na comunidade e o cultivo da nossa espiritualidade, entre outras possibilidades. As atividades que podem ser consideradas essenciais, como o passeio de bicicleta com os filhos ou o cônjuge ou assistir a um filme com os amigos, adquirem possibilidade concreta nesta etapa da vida.
Nesse sentido, a orientação ou preparação representa uma tomada de consciência e busca de novas áreas de interesse para o indivíduo, propiciando a descoberta de potencialidades e a prevenção de conflitos. Ou seja, o término de uma carreira pode significar, dentro de uma perspectiva otimista ou positiva, oportunidades e foco nas potencialidades e qualidades dos seres humanos, até então adormecidas por múltiplas razões (Snyder e Lopez, 2009).
Explicação: