jornais do seculo xix xx xxi
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Nos primórdios da imprensa europeia, a crítica literária proporcionou a ascensão da
literatura nos periódicos através do Journal des Savants, em 1665, na França. Em vista disso,
os jornais europeus apresentaram-se como um gênero híbrido: jornais políticos que continham
a crítica literária, como explica Héris Arnt (2001). No entanto, esses jornais não contavam
com escritores em suas redações, essa participação ocorreria apenas na Alemanha durante o
século XIX. E foi justamente no século XIX que a influência da Literatura no Jornalismo
tornou-se mais visível (PENA, 2008: 32). Neste período, o jornalismo literário tornou-se um
“fenômeno universal”, apresentando o folhetim como principal instrumento da junção entre
jornalismo e literatura.
Nascido na França durante a primeira metade do século XIX, o folhetim,
primeiramente designava o espaço geográfico no jornal no qual se publicava desde piadas à
receitas culinárias. O sinônimo de variedades perdurará até o ano de 1836, quando Émile de
Girardin idealizou a publicação de ficção em partes sequenciadas, criando então o romance-
folhetim visando primordialmente à redução dos custos da impressão, aumentando as tiragens
Além disso, o sucesso do empreendimento literário resulta de uma conjuntura de
fatores que se apresentava na França, contribuindo para a ascensão dos folhetins: “o aumento
da taxa de alfabetização, a diminuição da jornada de trabalho, a mudança do gosto, a
importância crescente dos jornais no cotidiano e a diminuição de seus preços” (ALVIM,
2008: 03). A confluência desses fatores, somados ao barateamento dos periódicos,
proporcionaram o êxito deste novo gênero literário. “O resultado foi imediato, o público [...]
encontrava uma nova forma de literatura que proporcionará um aumento considerável de
impressos, de leitores e escritores. Vai se ampliar o campo semântico da famigerada palavra”
(MEYER, 2005: 58-59). Dessa forma, o folhetim tornou-se o chamariz de assinantes e leitores
e, em um ano, o jornal La Presse passou de 70.000 exemplares para 200.000 exemplares, em
dados apontados por Tania Serra (1997). O folhetim democratizou a cultura através do acesso
do público à leitura e inscrevendo-se nas grandes mudanças na história. Seu nascimento,
elaboração, apogeu, morte e ressurreição coincidem – e não por acaso – com as três séries de
datas 1836-1850, 1851-1871 e 1871-1914 (MEYER, 2005: 64).