Joana, 46 anos, tem apresentado valores aumentados de pressão arterial (média acima do esperado, caracterizando hipertensão), ganho de peso (IMC indicando obesidade), com grande concentração de gordura na região abdominal, face de aspecto arredondado, com pele acneica e fragilizada. Tem tido menstruação irregular e relata muita fraqueza muscular. Os exames laboratoriais apontam níveis alterados de um hormônio.
Seu desafio é responder:
1. Que hormônio pode estar envolvido com o quadro descrito acima?
2. Classifique esse hormônio quanto a sua classe química e origem (descreva sua biossíntese)
3. Explique, de forma geral, como age esse hormônio (em nível molecular) e quais são seus principais efeitos orgânicos.
Soluções para a tarefa
Resposta:
1) O hormônio envolvido é o Cortisol.
2) É um hormônio esteroide e sua biossíntese (origem) é glicocorticoide.
3) O cortisol atua em todos os tecidos, em todas as nossas células. Sua função é proteger os sistemas e prevenir a hipoglicemia.
Resposta:
1. Trata-se do cortisol.
2. O cortisol é um hormônio esteroide, glicocorticoide.
O controle da produção de cortisol se dá mediante sinalização de dois hormônios tróficos (hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e adrenocorticotrofina (ACTH). A liberação de CRH a partir do hipotálamo estimula a liberação de ACTH a partir da adeno-hipófise. Uma vez na corrente sanguínea, o ACTH age no córtex da suprarrenal (zona fasciculata), aumentando a concentração de colesterol no interior da membrana mitocondrial. Ainda na mitocôndria, esse hormônio estimula a clivagem do colesterol à pregnenolona pela ação da enzima P450scc. No reticulo endoplasmático liso, a pregnenolona é transformada em vários outros precursores, por ação de enzimas especificas, gerando por fim o 11-deoxicorisol que é transformado em cortisol por ação da enzima 11b-hidroxilase.
3. O cortisol age em diversos tecidos humanos. Todas as células nucleadas apresentam receptores citoplasmáticos para glicocorticoides (como o cortisol). O complexo hormônio-receptor entra no núcleo, liga-se ao DNA e altera a expressão gênica, a transcrição, a tradução e, por fim, a síntese de várias proteínas. Em nível celular, o cortisol aumenta a gliconeogenese e a glicogenólise, diminui o catabolismo proteico e reduz a produção de citocinas pelas células do sistema imune.
Em nível orgânico geral, o cortisol age protegendo o organismo da hipoglicemia (degrada proteína muscular para fornecer substrato à gliconeogênese e promove gliconeogênese hepática; por isso elevações nos níveis de cortisol geram hiperglicemia e fraqueza muscular). No entanto, inibe o sistema imune de várias formas e tem efeito catabólico sobre o tecido ósseo.
Explicação: