Filosofia, perguntado por guilherme1837, 1 ano atrás

Jeam Paul Sartre qual o seu pensamento sobre o homem?

Soluções para a tarefa

Respondido por Usuário anônimo
1

O CONCEITO DE HOMEM NA VISÃO DE SARTRE

Sartre revolucionou a compreensão de muitos conceitos. Abordaremos, nesta intervenção, algumas conceituações fundamentais para se compreender sua visão a respeito do homem. Segundo a concepção tradicional, a essência do homem precede a existência. Não é essa, no entanto, a posição de Sartre. E sendo ateu, não aceita a concepção de criação divina a partir de um modelo. Por isso especifica que, ao contrário das coisas e animais, no homem a existência precede a essência, e isso significa: “Que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e quer só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista (Sartre), se não é definivel, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro do existencialismo”. [1]

Qual a diferença entre o homem e as coisas? É que só o homem é livre. O homem nada mais é do que o seu projeto. A palavra projeto significa, etimologicamente, ser lançado “adiante”, assim como o sufixo ex da palavra existir significa “fora”. Ora, só o homem existe, porque o existir do homem é “para si”, ou seja, sendo consciente, o homem é uma “ser-para-si”, pois a consciência é auto-reflexiva, pensa sobre si mesma, é capaz de pôr-se “fora de si”.

Portanto, a consciência do homem o distingue das coisas e dos animais que são “em si" ou seja, como não são conscientes de si, também não são capazes de colocar “ do lado de fora” para se auto examinarem. O que acontece ao homem quando se percebe “para si”, aberto à possibilidade de construir ele próprio a sua existência? Descobre, que não havendo essência ou modelo para lhe orientar o caminho, seu futuro se encontra disponível e aberto, estando portanto de Dostoiévski em os Irmãos Karamazov: “Se Deus não existe, então tudo é permitido”, para relembrar que os valores não são dados nem por deus nem pela tradição: só o próprio homem cabe inventá-los. Se o homem é livre, é conseqüentemente responsável  por tudo aquilo que escolhe e faz. A liberdade só possui significado na ação, na capacidade do homem de operar modificações no real.

O homem não é “em si”, ele é “para si”, que a rigor não é nada, pois se a consciência não tem conteúdo, não é coisa alguma. Mas esse vazio é justamente  a liberdade fundamental do “para si”, que, movendo-se através das possibilidades, poderá criar-lhe conteúdo. Eis que o homem, ao experimentar a liberdade,  e ao sentir-se como um vazio, vive angustia da escolha. Muitas pessoas não suportam essa angustia, fogem dela, aninhando-se na má-fé. A má fé é a atitude característica do homem que finge escolher, sem na verdade escolher. Imagina que seu destino está traçado, que os valores são dados; aceitando as verdades exteriores, mente para si mesmo, simulando ser ele próprio o autor dos seus próprios atos já que aceitou sem criticas os valores dados. “O ser humano não é somente o ser pelo qual se revelar negatividade no mundo. É também o que pode tomar atitudes negativas com relação a si.” [2]

O homem sartreano é desamparado, sem presente, sem chão, voltado para o passado buscando um futuro a ser construído. Sua moral é da escolha, pois segundo Sartre: O homem é livre para agir, para engajar-se na luta pela vida da qual o próprio homem é contingente.

Diante de um período de descrença de valores, hipocrisia da burguesia, Sartre investiga que ele é, quem são os homens e qual o sentido da vida?

Para Sartre o homem vive de escolhas, e são através dessas escolhas, dependendo de qual escolha  fizer, é que o homem vai manifestar a sua presença dentro do mundo. O homem primeiramente existe, e durante o processo de sua existência, ele se torna e vai construindo a essência, ou seja, a existência precede a essência, a essência é um construtor humano. Com isso, Sartre quer dizer que o homem é uma construção que se faz mediante a liberdade, a qual é fruto da sua escolha. “ Quando nasce, o homem é nada. Não existem idéias inatas, anteriores ao surgimento do homem  e destinadas a orientar sua vida, indicando que caminho ele deve seguir. As idéias, o homem extraí de sua experiência pessoal. O indivíduo primeiramente existe; torna-se isto ou aquilo, quer dizer, adquire sua essência

Perguntas interessantes