Jânio Quadros quais foram seus feitos ?
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Resposta:
Em um bilhete escrito à mão, Jânio Quadros comunicava ao Congresso que havia renunciado à presidência da república, alegando “forças terríveis”.
No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros enviou um bilhete ao Congresso comunicando a sua renúncia com a justificativa de que “forças terríveis” impediam-no de governar. Os parlamentares foram pegos de surpresa porque não havia motivos para tal ato extremado.
Na noite anterior, o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, havia ido à televisão informar da reunião que teve com o presidente no Palácio da Alvorada e do estranho pedido do líder de obter os artigos que ele escrevera na década de 1950 em que pedia um estado de exceção para que o país fizesse reformas que acabassem com as heranças da ditadura do Estado Novo. A fala de Lacerda poderia ser respondida pelo próprio presidente, mas a renúncia já estava no Congresso.
A renúncia de Jânio Quadros foi, na verdade, uma tentativa de golpe que não deu certo. O plano do presidente era obter amplos poderes, enfraquecer o Congresso e governar como um ditador. A renúncia era um pretexto para que a população saísse às ruas e pedisse a sua permanência. Supôs-se que o apoio popular lhe daria forças para obrigar o Parlamento a ser-lhe submisso.
O vice-presidente João Goulart foi enviado para uma missão diplomática na China, que, em 1961, era governada pelo comunista Mao Tsé-Tung. Estando em um país comunista, Jango seria impedido de governar, pois os militares não concordariam com isso. Até mesmo a data da renúncia foi escolhida de propósito: dia 25 de agosto é o Dia do Soldado, e a saída inesperada do presidente provocaria uma reação nos quartéis.
Apesar de o plano ter sido perfeito no papel, não se concretizou. Não houve comoção popular pela permanência de Quadros no poder. Brasília era capital federal, mas não tinha muita gente morando na cidade. Os parlamentares acataram o pedido de renúncia, apesar do abalo inicial com a notícia inesperada. Jânio Quadros embarcou para São Paulo, e, de lá, partiu para a Europa a bordo de um navio. O plano mirabolante do presidente teve consequências graves para a democracia brasileira.
De acordo com a Constituição, com a renúncia do presidente, o poder deveria ser ocupado pelo seu vice. No entanto, Jango estava distante do Brasil e não poderia tomar posse imediatamente. Enquanto o vice não voltava da China, a presidência foi ocupada interinamente por Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados. Os ministros militares anunciaram que não permitiriam a posse de Jango, alegando sua ligação com o comunismo, porém essa reação não era unânime nas Forças Armadas e entre os políticos.
O III Exército, localizado no Rio Grande do Sul, posicionou-se a favor da posse de Jango. Os governadores de Goiás e do Rio Grande do Sul, Mauro Borges e Leonel Brizola, respectivamente, organizaram a Rede da Legalidade, em que defenderam a posse imediata de João Goulart para cumprir-se a Constituição. Cogitou-se a hipótese de pegar em armas para garantir o cumprimento da lei.
A resistência dos ministros militares cessou quando o Congresso Nacional aprovou o parlamentarismo. Dessa forma, João Goulart poderia tomar posse, mas com poderes restritos. Em 7 de setembro de 1961, finalmente, ele foi empossado como o novo presidente do Brasil.
Resumo sobre o Governo Jânio Quadros
Jânio Quadros tomou posse na presidência da república em 1961 e governou por apenas sete meses.
Política externa independente: relações diplomáticas com outros países sem interferência da Guerra Fria.
Medidas moralistas: proibição do biquíni e das brigas de galo.
Renúncia por “forças terríveis”, mas tentava um golpe para ter mais poder.
Exercícios resolvidos
Questão 1 – A política externa independente foi uma das principais marcas do curto período de existência do governo Jânio Quadros. Sua principal característica era:
A) evitar que o imperialismo norte-americano interferisse nas decisões do governo.
B) promover acordos com outros países independentemente se eram alinhados com EUA ou URSS.
C) exigir indenização a Portugal por causa da independência brasileira em 1822.
D) isolar o Brasil de qualquer relação internacional.
Resolução
Alternativa B. A política externa independente do governo Jânio Quadros visava à aproximação diplomática do Brasil de qualquer país, sem levar em consideração a sua ideologia.
Questão 2 – Jânio Quadros usou a vassoura como símbolo da sua campanha presidencial em 1960. Isso se deu porque:
A) o Brasil enfrentava uma grave crise ligada à limpeza urbana.
B) uma fábrica de vassouras patrocinava a campanha de Jânio Quadros.
C) era uma tentativa do candidato de ganhar os votos da dona de casa.
D) o candidato pretendia “varrer” a corrupção do país.
Resolução
Alternativa D. A campanha presidencial de Jânio Quadros foi marcada por um discurso moralista. Ele fez severas críticas aos gastos realizados pelo governo Juscelino Kubitschek e às denúncias de corrupção envolvendo as obras da construção de Brasília. A vassoura virou o símbolo de limpeza ética.