Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma. (Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.) A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos (A) psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã. (B) cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante. (C) estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma vida sábia. (D) éticos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana. (E) metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico.
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Olá,
Alternativa correta: A) psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã.
Friedrich Nietzsche faz uma crítica direta aos valores pregados pelos ideais cristãos. A ideia de "amor ao próximo", segundo ele, está enrustindo o egoísmo.
Aquele que faz uma suposta boa ação possui interesses internos, mesmo que seja a simples valoração deste como um "bom indivíduo". Ou seja, seu ego está sendo inflado por ele acreditar ser bom, e não o "amor ao próximo" em si que existe nesse caso.
E aquele que aceita o sacrifício alheio também age pelo ego, afinal, tem interesses pessoais, do contrário, veria que o outro está se doando e se sacrificando, e como resultado disso, por amar o seu próximo, negaria para poupar o outro.
Espero ter ajudado!
Alternativa correta: A) psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã.
Friedrich Nietzsche faz uma crítica direta aos valores pregados pelos ideais cristãos. A ideia de "amor ao próximo", segundo ele, está enrustindo o egoísmo.
Aquele que faz uma suposta boa ação possui interesses internos, mesmo que seja a simples valoração deste como um "bom indivíduo". Ou seja, seu ego está sendo inflado por ele acreditar ser bom, e não o "amor ao próximo" em si que existe nesse caso.
E aquele que aceita o sacrifício alheio também age pelo ego, afinal, tem interesses pessoais, do contrário, veria que o outro está se doando e se sacrificando, e como resultado disso, por amar o seu próximo, negaria para poupar o outro.
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Resposta:
Resposta correta letra: A) - psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã.
Explicação:
O texto identifica a inconsistência da moral cristã que, baseada no amor e sacrifício de Cristo (ou Deus), tem como consequência o estímulo ao egoísmo dos homens, que recebem e se aproveitam dessa entrega. Dessa forma, a suprema moralidade resulta na propagação da imoralidade.
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