JÁ ERA UMA VEZ
Era uma vez uma história bem pobrezinha, tão pobrezinha que não tinha personagens, não tinha
começo, não tinha meio, não tinha fim, nem enredo tinha. E para que serve uma história sem enredo?
A pobre da nossa história andava por aí pedindo:
– Um enredo, pelo amor de Deus!
Mas ninguém dá a mínima atenção a uma história sem enredo.
E a historinha sem enredo passava por grandes histórias, cada uma mais orgulhosa do seu enredo.
Uma era a história de um cavaleiro de armadura que atacava até moinhos de vento.
A historinha olhava e dizia:
– Puxa!, isso é que é enredo. Quem dera eu tivesse um enredo assim!
Outra era a história de um médico que virava monstro e de um monstro que virava médico. Tinha
também a história de um rei que tinha uma távola redonda. Todas as histórias tinham enredo, menos
a nossa.
Um dia, nossa história decidiu: “vou sair pelo mundo e vou encontrar um enredo, custe o que custar”.
Assim, nossa história correu mundo, conheceu todos os lugares, viu cidades imensas, ouviu a queixa
das pessoas, o som das trombetas e o barulho dos cascos dos cavalos do rei. Viu bandidos serem
enforcados, foi presa, foi solta, foi presa de novo, fugiu.
Assim, os anos se passaram, e assim a nossa história voltou ao ponto de partida. Agora, já era uma
velha história, uma história que os pescadores contavam nas noites de lua, as velhas contavam para as
crianças dormir, e as pessoas sonhavam quando queriam esquecer da vida.
Um dia, nossa história estava para morrer. Então, ela reuniu em sua volta todas as pequenas anedotas
da vizinhança, os episódios mínimos e as piadas sujas e disse:
– Meus amores, antes de partir tenho uma coisa muito importante para contar a vocês, que vai alegrar
os homens, fazer as mulheres chorarem e apavorar as crianças.
Já era quase nada, quando conseguiu dizer:
– Era uma vez uma história bem pobrezinha, tão pobrezinha que não tinha personagens, não tinha
começo, não tinha meio, não tinha fim, nem enredo tinha.
E morreu dizendo:
– Para que serve uma história sem enredo?
LEMINSKI, Paulo. Gozo fabuloso. São Paulo: DBA Artes Gráficas, 2004.
3. Quem é a personagem principal em “Já era uma vez"?
4. Que outros elementos característicos da narrativa o narrador diz que faltam à personagem, por ela ser
“pobre, tão pobrezinha que… nem enredo tinha”?
5. Qual a opinião da personagem sobre o enredo da primeira das “grandes histórias” que ela cita? Transcreva o
trecho que justifica sua resposta.
6.Agora, com os elementos da narrativa, complete o quadro.
Situação inicial:
Conflito gerador:
Climax:
Desfecho:
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
- 3: nao tem.. a propria historia diz q nao tinha personagens//a propria historia era principal
- 4: *nao tinha começo nem fim,nem enredo tinha*
- 5: ficava adimirada
trecho:A historinha olhava e dizia:
– Puxa!, isso é que é enredo. Quem dera eu tivesse um enredo assim
NAO SEI OQ FAZER NA 6 KSKS
ESPERO TER AJUDADO
MARCA COMO MELHOR RESPOSTA PFVR
bay^-^
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