JÁ ERA UMA VEZ
Era uma vez uma história bem pobrezinha, tão pobrezinha que não tinha personagens, não tinha começo, não tinha meio, não tinha fim, nem enredo tinha. E para que serve uma história sem enredo?
A pobre da nossa história andava por aí pedindo:
– Um enredo, pelo amor de Deus!
Mas ninguém dá a mínima atenção a uma história sem enredo.
E a historinha sem enredo passava por grandes histórias, cada uma mais orgulhosa do seu enredo.
Uma era a história de um cavaleiro de armadura que atacava até moinhos de vento.
A historinha olhava e dizia:
– Puxa!, isso é que é enredo. Quem dera eu tivesse um enredo assim!
Outra era a história de um médico que virava monstro e de um monstro que virava médico. Tinha também a história de um rei que tinha uma távola redonda. Todas as histórias tinham enredo, menos a nossa.
Um dia, nossa história decidiu, “vou sair pelo mundo e vou encontrar um enredo, custe o que custar”.
Assim, nossa história correu mundo, conheceu todos os lugares, viu cidades imensas, ouviu a queixa das pessoas, o som das trombetas e o barulho dos cascos dos cavalos do rei. Viu bandidos serem enforcados, foi presa, foi solta, foi presa de novo, fugiu.
Assim, os anos se passaram, e assim a nossa história voltou ao ponto de partida. Agora, já era uma velha história, uma história que os pescadores contavam nas noites de lua, as velhas contavam para as crianças dormir, e as pessoas sonhavam quando queriam esquecer da vida.
Um dia, nossa história estava para morrer. Então, ela reuniu em sua volta todas as pequenas anedotas da vizinhança, os episódios mínimos e as piadas sujas e disse:
– Meus amores, antes de partir tenho uma coisa muito importante para contar a vocês, que vai alegrar os homens, fazer as mulheres chorarem e apavorar as crianças.
Já era quase nada, quando conseguiu dizer:
– Era uma vez uma história bem pobrezinha, tão pobrezinha que não tinha personagens, não tinha começo, não tinha meio, não tinha fim, nem enredo ela tinha.
E morreu dizendo:
– Para que serve uma história sem enredo?
1.Quem é a personagem principal em “Já era uma vez”?
2.O narrador qualifica a personagem como “uma história bem pobrezinha”. Que efeito de sentido tem o uso do vocábulo “bem” antes do diminutivo “pobrezinha
3.Qual era o maior desejo da personagem principal e que ela vivia pedindo aos outros que realizassem?
4.Que outros elementos característicos de uma história o narrador diz que faltam à personagem, por ela ser “pobre, tão pobrezinha que... nem enredo tinha”?
5.Por que a história sem enredo encontra dificuldade de que alguém a ouça e atenda seu pedido?
6. Na sua aventura de sair pedindo um enredo por aí, a personagem passa por grandes histórias com enredos, segundo o narrador. Escreva o enredo e o título de cada história citada:
7.Qual a opinião da personagem sobre o enredo do primeiro exemplo citado?
8. No 11.º parágrafo, o narrador conta que “nossa história correu mundo”. Com que sentido ele usa a expressão em destaque?
9. Pelo que o narrador conta, no 11.º parágrafo, “nossa história”, ao correr mundo, passou por muitas experiências, viveu uma grande aventura e, sendo o personagem quem é, entendemos que ela viajou por um mundo especial. Que mundo é esse?
10.Que expressão, no início do conto, remete à tradição oral dos contadores de histórias?
Soluções para a tarefa
Respondido por
2
Resposta:
S2
Explicação:
Já respondi uma vez um bobo apagou todas minhas respostas sabe pessoa chata que não tem oq fazer
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