Irena Sendler morreu em 2008, mas seu trabalho continua através de uma organização que se chama “Life in Jar” (Vida numa jarra). O que a expressão “vida numa jarra” tem a ver com o modo como ela agia para salvaguardar a identidade das crianças
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Você talvez ainda não tenha ouvido falar dela e realmente sua história era bem desconhecida antes de 1999, quando um grupo de alunos norte-americanos resolveu pesquisar sobre a vida dela para um trabalho de conclusão de curso. A mulher em causa, Irena Sendler, foi responsável por salvar a vida de mais de 2.500 crianças durante a Segunda Guerra Mundial. E foi por isso que ficou conhecida como “A mãe das crianças do Holocausto” ou “O Anjo do Gueto de Varsóvia”.
De fato, antes da Guerra, Irena já apresentava uma grande inclinação para questões sociais humanas. Ela era assistente social para o Departamento de Bem Estar Social de Varsóvia, onde trabalhava com enfermeiras e ajudava pessoas necessitadas com alimento, roupas, medicamentos e até dinheiro. Quando a Segunda Guerra eclodiu, ao ver as terríveis condições em que as pessoas passaram a ter de sobreviver no Gueto de Varsóvia, ela se uniu ao Conselho de Ajuda aos Judeus, conseguindo, em conjunto com uma amiga, permissões para entrar no Gueto. O objetivo era limpar os esgotos para prevenir doenças contagiosas.
Irena propunha aos pais levar seus filhos para fora, enquanto trabalhava no gueto, para então escondê-los em lares temporários. Chegou a utilizar vários meios para esconder e tirar crianças do Gueto, como cestos de lixo, caixas de ferramentas, sacos de batata e até caixões. Quando as crianças chegavam ao seu novo lar, recebiam novos nomes a fim de esconder suas verdadeiras identidades judias. No entanto, pensando no futuro dessas crianças, para que um dia elas pudessem recuperar suas identidades e histórias, Irena anotava os dados de cada uma em pedaços de papel e escondia em uma jarra queventerrava no quintal.
A certa altura os nazis acabaram por descobrir suas atividades e Irena foi presa e brutalmente torturada. Ainda assim, mesmo após lhe quebrarem vários ossos, a polonesa não entregou os nomes e moradas das crianças escondidas. Ela acabou sendo condenada à morte – porém, no dia da execução, um soldado alemão a ajudou a escapar e forjar o destino. Quando a Guerra acabou, Irena entregou as notas ao Dr. Adolfo Berman, primeiro presidente do comité de salvação dos judeus sobreviventes, que ajudou a procurar as famílias das crianças. Porém, infelizmente, a maior parte delas já tinham sido mortas nos campos de extermínio.
Irena Sendler morreu aos 98 anos, em sua plenitude, em 12 de maio de 2008, e seu trabalho continua através de uma organização chamada Life in a Jar (“A vida numa jarra”). “A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade”, dizia.