Português, perguntado por mariafernanda4848, 2 meses atrás

Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com Ele, em ouro, o alto-relevo
Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,
A ideia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:

E que o lavor do verso, acaso,
Por tão sutil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.

E horas sem conta passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.

Porque o escrever – tanta perícia,
Tanta requer,
Que ofício tal... nem há notícia
De outro qualquer.

Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!​

Anexos:

Soluções para a tarefa

Respondido por gustavorodrigueadefr
0

Porque o escrever – tanta perícia,

Tanta requer,

Que ofício tal... nem há notícia

De outro qualquer.

Assim

Explicação:

Porque o escrever – tanta perícia,

Tanta requer,

Que ofício tal... nem há notícia

De outro qualquer.

Assim

Perguntas interessantes